Mulheres que fizeram denuncias em blog sobre casos de prostituição em presídio de Petrolina usaram nomes e endereços falsos

Ação Popular

O Promotor de Justiça de Petrolina, Julio César Lira, esclareceu sobre as denuncias do esquema de prostituição dentro de penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, em Petrolina. A denúncia é das esposas dos detentos, as quais dizem não aguentar mais a “humilhação” de serem substituídas pelas prostitutas durante as visitas íntimas. Lira conta que o Ministério Público ainda não recebeu nenhuma denuncia e que tomou conhecimento do fato através de um determinado Blog.

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“Já baixamos um procedimento investigatório e já estamos colhendo os dados a respeito desse fato. Outro fato que chamou atenção é que as supostas denunciantes, as senhoras Patrícia dos Santos e Caroline Magalhães ainda não foram encontradas nos endereços que deixaram para contato, o endereço existe, mas essas pessoas não moram na Rua 12, Bairro Cosme e Damião e o telefone que deixaram para contato não é delas também”.

Lira ressaltou que não é permitido à entrada de prostitutas no local. “Há um cadastro prévio feito por pessoas sérias na penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, quem indica as pessoas que vão entrar são os próprios presos, tem que haver uma comprovação de parentesco de cada visitante. Nesta história falta alguns elos, eu não acredito que as mulheres que trabalham na penitenciária estão compactuando com essa orgia, mas estamos investigando”.

“Essas senhoras que são as denunciantes não constam no cadastro de visitas, o que pode acontecer é que algumas pessoas que fazem as constantes visitas até mesmo missionários de igrejas acabam tendo relacionamento com os presos e o preso acaba se afastando da sua esposa e solicitam a mudança dos nomes de visitantes, evidentemente vão passar pelos mesmos procedimentos”, acrescentou.

Mais problemas…

Por outro lado, o promotor assume que o sistema carcerário sofre bastantes dificuldades financeira e pessoal. “De fato eu assumo que tem entrado armas e drogas em muitas penitenciarias, não é somente aqui. Existe uma revista de todas as pessoas quem entram na penitenciária, mas existe uma lei que proíbe uma revista íntima nas mulheres, elas reclamam muito de ficar nuas e isso é proibido e dificulta o nosso trabalho, mas creio que é mais fácil passar arma e droga do que uma prostituta”.

Sobre a denuncia de que existe um preso conhecido como Chaveiro que atua como agente penitenciário, ele foi direto. “Isso é um fato público e constante de relatórios nossos, o próprio conselho Nacional de Justiça e do MP já emitiram relatório e foi constatado que devido à falta de pessoas isso acontece, agora tem que ser um preso de bom comportamento, sabemos que isso é perigoso, mas ainda não encontramos nenhuma providência que der certo. Estamos trabalhando para que essa figura do chaveiro deixe de existir”.

Por fim, ele pediu que as denunciantes Patrícia e Caroline comparecessem no Ministério Público. “Estou aguardando para colher os seus depoimentos. Temos denuncia de quem não denunciou. Tenho prazo de 30 dias para terminar as investigações, se não aparecer iremos arquivar o processo”, concluiu.

Com informações de Neya Gonçalves

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