Namorada de Abramovich pede desculpas após foto em cadeira de ‘mulher negra’

Russa Dasha Zhukova disse ‘abominar racismo’ depois de ser criticada

Dasha Zhukova, namorada de Roman Abramovich em campanha polêmica da Buro 24/7Dasha Zhukova, namorada de Roman Abramovich em campanha polêmica da Buro 24/7 (Reprodução)

A socialite russa Dasha Zhukova, namorada do bilionário Roman Abramovich, dono do clube inglês Chelsea, tornou-se alvo de críticas após ser clicada sentada em uma cadeira feita a partir do manequim de uma mulher negra seminua. A foto foi publicada junto com uma entrevista de Zhukova em um site de moda da Rússia.

As críticas de racismo levaram o Buro 24/7 a recortar a foto, publicando uma nova versão na qual apenas as pernas do manequim podem ser vistas. A foto também foi retirada do Instagram. As críticas ao trabalho de gosto questionável ganharam uma dimensão ainda maior porque a foto foi publicada nessa segunda, dia de homenagem ao líder negro Martin Luther King.

Um representante afirmou que o site “se opõe categoricamente à ideia do racismo, da opressão ou humilhação de pessoas sob qualquer aspecto”. “Vemos esta cadeira puramente no contexto artístico. Pedimos desculpas a todos os nossos leitores que ficaram ofendidos com as fotos”, disse, em declarações reproduzidas pelo jornal britânico The Guardian.

Zhukova, que incentiva projetos de arte e moda na Rússia, também defendeu a imagem. “Esta foto, que foi publicada completamente fora de contexto, é de uma obra de arte que visa especificamente um comentário sobre gênero e políticas raciais. Eu abomino completamente o racismo e gostaria de me desculpar com qualquer um que tenha se sentido ofendido pela imagem”.

A cadeira da discórdia é obra do norueguês Bjarne Melgaard, baseado em Nova York, que também teria feito outra, com um manequim branco, segundo o Huffington Post. A inspiração teria vindo de esculturas feitas pelo artista pop britânico Allen Jones no final da década de 60, com manequins brancos – que fazem parte da coleção da Tate, em Londres. À imprensa britânica, Jones disse que sua obra não foi feita para ser usada, de fato, como cadeira. “É a primeira vez que vejo alguém usando isso como um móvel e acho que deve ser bem desconfortável”.

O crítico de arte do Guardian, Jonathan Jones, afirmou em artigo que o trabalho de Melgaard pode ser de mau gosto, mas acredita que sua intenção não era denegrir as mulheres negras. “Na verdade, isso não é uma discussão sobre racismo, mas sobre a forma desastrada que um estranho trabalho de arte foi exposto à cultura popular, de uma forma que pede para ser mal interpretada”.

Ele ainda lembrou que as esculturas de Allen Jones inspiraram cenários de cenas do clássico de Stanley Kubrick Laranja Mecânica.

Fonte: Veja

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