“Não há nenhuma orientação de Lula no sentido de desmilitarização do GSI”, diz Cappelli
Ministro interino anunciou que acelerará trocas para desbolsonarizar órgão a pedido do presidente, mas ponderou: “não devemos alimentar falso antagonismo entre civis e militares”
O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, revelou em entrevista ao UOL nesta terça-feira (25) que, a pedido do presidente Lula (PT), pretende acelerar o processo de trocas de funcionários no órgão a partir de amanhã, com o intuito de desbolsonarizá-lo, mas sem desmilitarizá-lo.
“Com o cenário de polarização política que vivemos, com a presença de extremistas, as trocas se tornam ainda mais importantes. Recebi do presidente Lula a determinação de acelerar essas renovações. É o que farei a partir de amanhã. Não é razoável trocar todos os servidores do GSI, mas seremos rigorosos. Cerca de 35% do corpo de servidores já foi trocado”, afirmou.
Cappelli relatou que Lula não determinou a desmilitarização do GSI, pauta cobrada por parte de setores de apoio do presidente, que alegam que as Forças Armadas se aproveitam do órgão para ter um ‘pé’ no governo federal: “acho que é importante que a gente não alimente um falso antagonismo entre civis e militares. A segurança do presidente sempre foi liderada por militares, em perfeita harmonia com civis e participação da Polícia Federal. Não há nenhuma orientação do presidente Lula no sentido de desmilitarização do GSI”.
O ministro interino desconversou sobre a possibilidade de assumir o cargo em definitivo e comentou a provável nomeação do general Marcos Antônio Amaro dos Santos para a função: “o GSI foi comandado por mais de 85 anos por generais do Exército então vejo com naturalidade que um general siga no comando do GSI. Eu não conheço pessoalmente o general Amaro, mas vejo com naturalidade. A missão que recebi do presidente foi assumir interinamente. Estou cumprindo a missão do presidente”.