“Não há vice melhor para Lula do que Alckmin”, diz o presidente do PSB

Siqueira ainda tratou do desempenho do governo nas pesquisas: “o governo não é avaliado por suas realizações, mas por razões políticas e ideológicas”

Brasília (DF), 06/07/2023 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, durante reunião de relançamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto.
Brasília (DF), 06/07/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, durante reunião de relançamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que a manutenção de Geraldo Alckmin (PSB) como vice-presidente em uma eventual chapa de reeleição do presidente Lula (PT) em 2026 é a escolha mais sensata. Segundo Siqueira, Alckmin é um vice “trabalhador e leal”, e nenhum presidente poderia desejar um vice melhor. “Não manter o Alckmin como vice não seria uma atitude de bom senso”, destacou.

Líder do PSB há dez anos e prestes a passar o comando do partido para o prefeito do Recife, João Campos, Siqueira defendeu que discutir eleições com tanta antecedência não é produtivo. Ele ressaltou que o foco do governo deve ser em acertar mais em 2025, melhorando a vida dos brasileiros. “Termina uma eleição e já se começa a falar da próxima, como se o País não tivesse problemas”, criticou.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de Lula ceder a vice-presidência para partidos de centro, como o MDB, Siqueira demonstrou cautela, lembrando experiências passadas com José Sarney e Michel Temer. “As escolhas são feitas por quem tem o direito de escolher. Vamos aguardar. É muito cedo”, ponderou.

Siqueira também analisou o desempenho da esquerda nas últimas eleições municipais, reconhecendo que a centro-direita e a extrema-direita conquistaram avanços significativos. Ele destacou a necessidade de autorrenovação das forças progressistas e sugeriu que o identitarismo deve ser repensado para reconectar a esquerda com setores conservadores, especialmente o eleitorado evangélico. “Precisamos compreender como pessoas de classes sociais que seriam alvo de políticas públicas podem se reconectar com os partidos de esquerda”, afirmou.

Sobre a possibilidade de Lula ser candidato à reeleição, Siqueira demonstrou apoio, mas destacou que a discussão deve ocorrer no momento certo. “Espero que ele esteja bem e possa ser candidato. Lula é o nome mais forte para ganhar a eleição de 2026”, avaliou.

O presidente do PSB também comentou sobre a necessidade de o governo melhorar sua avaliação perante o eleitorado. Para ele, a divisão política no País impacta diretamente a percepção do governo. “O governo não é avaliado por suas realizações concretas, mas por razões políticas e ideológicas”, criticou.

Siqueira ainda defendeu o nome de Márcio França como possível candidato do campo progressista ao governo de São Paulo em 2026, caso decida concorrer. Por fim, afirmou seu apoio à sucessão no PSB pelo prefeito João Campos, destacando sua juventude e experiência como fundamentais para renovar a liderança do partido.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *