Não posso aceitar que um canalha qualquer me chame de ladrão, diz Lula

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

 

Com a pré-candidatura lançada pelo PT após ser condenado em segunda instância na Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula voltou a afirmar a aliados petistas nesta quinta-feira (25) que não respeita a decisão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). “Eu aceito me chamar até me chamar de corintiano, mas não posso aceitar que um canalha qualquer neste País me chame de ladrão”, disse. Para ele, foi uma decisão corporativista. “Só ontem eu compreendi o que é um cartel. Pode até mandar pro cade”, ironizou.

“Se eu aceitar, perderei o respeito da minha neta de 6 meses, do meu neto de 8, da minha filha, dos meus filhos, de vocês. E eu não quero perder o respeito de vocês”, falou.

Na avaliação de Lula, o julgamento dos desembargadores foi para evitar a sua candidatura à presidência e criminalizar o PT. “A decisão unanime para evitar o tal do embargo infringente”, afirmou. “Eles sabem que a votação de ontem foi muito mais para valorizar a categoria dos juízes, o corporativismo, do que para julgar uma sentença, porque não havia crime. Não tem apenas esse processo, o que está sendo julgado é a forma como governamos este País.”

Lula voltou a criticar a força-tarefa da Lava Jato e o juiz federal Sérgio Moro, que o condenou em primeira instância, citando fatos dos processos que enfrenta – além do caso do triplex, há mais cinco.

Um deles foi quando, em março de 2016, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva contra Lula. “Eu fico pensando qual foi a ideia de Moro quando autorizou eles a invadir minha casa”, disse. O ex-presidente ironizou o juiz e afirmou que ele deveria pensar que havia dinheiro ou barras de ouro embaixo do colchão. “Não recolheram papel higiênico porque acho que o pessoal tinha jogado papel do cesto fora, se preparavam para fazer um filme e a minha casa deveria ser o principal cenário.”‘

Lula ainda falou sobre a polêmica sobre quando ele usou a casa do advogado Roberto Teixeira. “Não sabia que era crime emprestar uma casa, por favor, não me empreste mais casa pra nada.”

Ele citou o processo envolvendo o sítio em Atibaia, em São Paulo, em que também é acusado de corrupção, lembrando que uma das provas é a picada de uma jararaca em uma cachorrinha de Lula. “Se eu soubesse que ia ser isso tudo, deixava a jararaca comer a Mel (cão do ex-presidente)”, afirmou. “Podia ter mordido os caras que foram lá encher o saco”, disse, sobre os investigadores.

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