Narrador vira reserva de Galvão Bueno e desconta bronca na equipe

Cléber Machado no Jornal da Globo da última quarta-feira (9); locutor virou reserva - Reprodução/TV Globo

Cléber Machado no Jornal da Globo da última quarta-feira (9); locutor virou reserva

O narrador esportivo Cléber Machado não está gostando nem um pouco da Libertadores deste ano. Para dar um peso maior às transmissões da competição, a Globo escalou Galvão Bueno para fazer todos os jogos irradiados para São Paulo até agora, tomando o lugar que no ano passado foi de Machado. Para piorar, Machado tem ficado de reserva de Galvão, nos estúdios da Globo em São Paulo, para substituí-lo caso ocorra algum problema, como queda de sinal. Sentindo-se castigado, o locutor tem descontado a bronca na equipe de produção.

Segundo profissionais que trabalham no jornalismo esportivo da Globo em São Paulo, Cléber Machado tem reclamado de tudo com a produção. Qualquer falha ou demora é motivo para um pito. Geralmente, o jornalista costuma ser mais tolerante com a equipe.

Além de ficar de “stand by” de Galvão Bueno, Machado apresenta o Placar da Rodada, quadro do Jornal da Globo. Na última quarta-feira, era vísivel o mau humor do narrador no início do quadro. Ele só sorriu no final, quando William Waack perguntou se o pescoço do técnico do Corinthians, Tite, corria risco após a segunda derrota consecutiva do time.

Na Libertadores de 2015, Galvão Bueno só narrou para São Paulo os dois primeiros jogos do Corinthians, contra o Onze Caldas (Colômbia). Depois, Cléber Machado assumiu as transmissões. Neste ano, Galvão fez dois jogos do São Paulo, dois do Corinthians e um do Palmeiras. Em todos, Machado teve que ficar no estúdio como um reserva, a postos para qualquer emergência.

A Globo tem escalado Galvão Bueno, seu locutor número 1, para dar um peso institucional à Libertadores. Isso porque seus direitos de transmissão do principal torneio do continente têm sido contestados pela Conmebol (Confederación Sulamericana de Fútbol) e pela Fox. O contrato da Globo foi assinado com a Fox e com as agências de marketing esportivo T&T e Torneos, que negociavam os direitos para a Conmebol. Em maio do ano passado, essas empresas foram acusadas por autoridades norte-americanas de agirem de forma fraudulenta, pagando propinas para dirigentes nas negociações de direitos.

Em novembro, a Conmebol rompeu o contrato que tinha com a Fox, T&T e Torneos e assinou um novo com a Fox. Assim, em tese, o contrato da Globo com a Fox, T&T e Torneos perdeu validade. A Globo contesta. A emissora chegou a entrar na Justiça do Rio de Janeiro com pedido de liminar para impedir que a Fox e a Conmebol vendam os direitos da Libertadores na TV aberta para outra emisora. A liminar foi negada.

 

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