Nissan anuncia fábrica de motores

  • Investimento será de R$ 140 milhões e vai gerar 200 empregos diretos, diz Carlos Ghosn, diretor executivo mundial do grupo Renault Nissan

HENRIQUE GOMES BATISTA


Mais investimentos. Diretor executivo da Nissan, Carlos Ghosn, anuncia construção de nova fábrica em Resende
Foto: Guito Moreto
Mais investimentos. Diretor executivo da Nissan, Carlos Ghosn, anuncia construção de nova fábrica em Resende Guito Moreto

O diretor executivo do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, anunciou nesta segunda-feira a construção de uma fábrica de motores no complexo que a montadora constrói em Resende, no Sul Fluminense. A nova fábrica vai demandar investimentos de R$ 140 milhões e gerar 200 empregos diretos e ficará pronta ainda em 2014. Ghosn explicou que este valor já faz parte dos investimentos totais de R$ 2,6 bilhões que a montadora faz no interior do Rio. A planta de Resende terá capacidade de produzir 200 mil veículos por ano. Antes deste anúncio, a previsão era que os motores que abastecerão os automóveis a serem fabricados no Rio viriam, principalmente, do Paraná e do México.

– Temos a meta de levar a Nissan a 2016 com 5% do mercado brasileiro. Já terminamos 2013 com 2% – disse Ghosn em um dos prédios da futura fábrica, às margens da Via Dutra, lembrando que, no total, o grupo Nissan-Renault já tem 9% do mercado brasileiro e que a meta de atingir 10% deve ser obtida em 2015. – Assim, nossa meta será de 15% do mercado nacional, com a Nissan com 5% e a Renault liderando. Teremos uma fatia aqui maior que a do grupo no mundo, onde temos 10% do mercado global.

Segundo o executivo, a nova fábrica produzirá motores 1.6 de 16 V (válvulas). Já os carros que serão montados na unidade com motorização 1.0 terão seus motores fabricados na planta da Renault, no Paraná. Ghosn disse que ainda no primeiro semestre deste ano a fábrica de Resende vai iniciar a produção com dois modelos: March e Versa. No total, o complexo em Resende empregará duas mil pessoas – atualmente já trabalham no local 1.500 funcionários. Ele negou que a empresa esteja planejando a fabricação de um terceiro modelo para essa unidade.

– Espero que no futuro possamos anunciar um terceiro modelo para esta fábrica. Vai significar que estamos expandindo – disse o executivo, lembrando que outros modelos da companhia, como a pick-up Frontier e a Livina, continuarão sendo produzidos na fábrica paranaense da Renault.

Cautela com carro elétrico no Brasil

Ghosn minimizou o impacto da queda das vendas de automóveis no Brasil no ano passado – a primeira redução em uma década – e disse que, se tivesse de tomar a decisão agora, manteria o plano da fábrica de R$ 2,6 bilhões em Resende. Ele disse que o Brasil já é o segundo maior mercado da Renault e deverá estar entre os cinco maiores do grupo em breve. O executivo também afirmou que a empresa nunca previu alto crescimento brasileiro todos os anos e que o investimento é tomando em um horizonte de 20 anos:

– Sempre que há uma queda de mercado, há uma preocupação, isso é normal, mas nossa conclusão é que se trata de algo provisório. Acreditamos no Brasil e esperamos que 2014 seja melhor que o ano passado – disse ele, afirmando que a parcela de brasileiros que têm automóveis ainda é muito baixa.

Sobre os acordos da empresa com o governo do Rio na elaboração de carros elétricos – os primeiros 15 táxis com este tipo de combustível que circulam na cidade, ainda de forma experimental, são da marca japonesa – Ghosn não se mostrou otimista. Ele afirmou que não há decisão política do país em atuar fortemente neste setor, que fará parte do futuro da indústria automobilística mundial. Ele lembrou que o Brasil tem grande potencial, por ter mais de 70% de sua energia elétrica de origem hidráulica sem a emissão de gás carbônico, mas que o país está longe de nações como os Estados Unidos, onde a Nissan já vende três mil veículos elétricos por mês.

Fonte: O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *