Novas políticas públicas democratizam ciência e inovação para jovens baianos

Programas PopCiência Jovem e PopCiência Bahia têm como meta ampliar o acesso ao conhecimento científico, promovendo inclusão social

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – 
Com o objetivo de incentivar a ciência e a inovação, aproximando a juventude da pesquisa e promovendo a formação de novos talentos, o governador Jerônimo Rodrigues, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro anunciaram, no encerramento da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), na última sexta-feira (18), o decreto PopCiência Jovem e a minuta do Projeto de Lei do Programa PopCiência Bahia, que será entregue à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

A Lei do Programa de Promoção, Popularização e Difusão da Ciência, PopCiência Bahia, tem como meta democratizar o acesso ao conhecimento científico, promovendo a inclusão social e incentivando a realização de feiras de ciências, além da formação profissional em todo o estado. As ações serão executadas pelas Secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Educação (SEC). As pastas também vão coordenar o Decreto PopCiência Jovem, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação da Bahia, voltado a integrar a educação científica ao currículo das escolas estaduais.

Com foco na formação de jovens pesquisadores, o decreto visa a incentivar a pesquisa e a inovação, especialmente em áreas com menor acesso a oportunidades científicas, com o objetivo de formar novos talentos e fazer com que os jovens baianos se reconheçam como pesquisadores, percebendo que a ciência exige apenas curiosidade e dedicação.

As novas ferramentas institucionais vão contribuir diretamente para a implementação de ações como a trilha empreendedora. Inspirada nas atividades do Parque Tecnológico da Bahia, a trilha oferecerá um caminho estruturado para que os estudantes desenvolvam suas ideias e as transformem em projetos concretos.

Com a inclusão da educação científica no currículo, os alunos terão acesso a ferramentas tecnológicas de apoio a escrita de patentes, garantindo a propriedade intelectual das suas inovações. Além disso, o programa incluirá etapas de incubação, nas quais os jovens participarão de uma formação abrangente, que incluirá noções fundamentais de direito, finanças e gestão empresarial. O objetivo é capacitá-los para desenvolver iniciativas empreendedoras, como a criação e estruturação de startups.

O foco da trilha é incentivar a inovação de forma acessível, garantindo que estudantes de diferentes regiões possam transformar suas ideias em realidade. Os projetos com maior potencial serão acelerados, recebendo apoio financeiro, bolsas de iniciação científica, como a IC Junior, e acesso a parcerias estratégicas para desenvolver ainda mais suas propostas.

Essa integração entre pesquisa, empreendedorismo e educação tem como objetivo democratizar a inovação, promovendo uma transformação de mentalidade nos jovens e capacitando-os para se tornarem protagonistas na geração de riqueza e impacto positivo para a sociedade.

Transformação

O secretário da Secti, André Joazeiro, projeta como essas novas políticas públicas vão impactar na forma de aprendizagem dos jovens. “A iniciativa vai transformar a forma de pensar dos jovens por meio de uma mudança metodológica”, avalia. “Saímos da simples transmissão de conteúdo pronto, onde o estudante apenas lê e absorve, para um modelo baseado em desafios, no qual ele precisa pensar, pesquisar e construir seu próprio conhecimento.”

Segundo Joazeiro, os estudantes também terão a oportunidade de experimentar as ideias na prática, nos laboratórios, e de propor soluções inovadoras para problemas reais. “Isso é viável porque os laboratórios das novas escolas estão muito bem equipados, prontos para essa proposta de inovação”, destaca. “Essa é uma peça fundamental na revolução educacional que o governador Jerônimo Rodrigues nos cobra a realizar.”

Para a ministra de CT&I, Luciana Santos, iniciativas como o PopCiência Bahia fortalecem o campo científico do estado. “A ciência precisa ser forte, mesmo em regiões historicamente menos favorecidas”, afirma. “O Programa Nacional de Fortalecimento da Ciência, coordenado pelo MCTI, é uma das principais ações estruturantes desse esforço. Essas iniciativas estão alinhadas com o nosso objetivo de colocar ciência, tecnologia e inovação a serviço do desenvolvimento do nosso país. Nossa infraestrutura ainda é muito concentrada no Sul e Sudeste, e, por isso, estamos investindo em centros de ciência e tecnologia em outras regiões.”

A secretária da Educação da Bahia, Rowenna Brito, destaca que o novo decreto permitirá que a educação científica continue avançando. “Essa resolução traz diretrizes para as unidades escolares, permitindo que pensem e produzam ciência, e oferece aos jovens a oportunidade de contar com professores mais bem formados em ciência, inovação e criatividade”, ressalta.

Rowenna também destaca a responsabilidade do Estado na estruturação de bons laboratórios para esses estudantes. “Após isso vem a dinamização e fruição da ciência e da inovação”, explica. “Um ponto importante a ser destacado é que essa resolução não abrange apenas as ciências exatas, mas também as ciências humanas e as artes, o que é muito positivo. As diretrizes visam a nos ajudar e orientar a continuar o caminho de avanço na inovação, ciência e tecnologia que já estamos trilhando.”

O chefe de Gabinete da Secti, Marcius Gomes, ressalta o fortalecimento das políticas públicas em torno da popularização da ciência e da juventude. “Um dos principais intuitos da Lei é refletir, a partir da legislação, as intencionalidades relacionadas à ciência, tecnologia e inovação da Bahia, se alinhando aos objetivos e princípios defendidos pelo governo, como a valorização de meninas e mulheres na ciência, a territorialidade e a articulação entre o ensino superior e a educação básica”, avalia. “Já o decreto tem uma intencionalidade relacionada à educação básica. Isso garante que essa política seja permanente, com o governador entregando o decreto e sinalizando que as secretarias são corresponsáveis por essa ação.”

Outros Investimentos

Durante o encerramento da 21ª SNCT, a ministra Luciana Santos também anunciou diversos investimentos, como a entrega da segunda etapa da infraestrutura óptica da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) na Bahia, que, com o apoio da Secti, vai ampliar o acesso à internet de alta capacidade em instituições de ensino e pesquisa no estado, com investimento de R$ 45 milhões, em seis municípios baianos: Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Itaberaba, Senhor do Bonfim e Irecê.

Além disso, foi assinado o convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI), a Associação das Empresas do Parque Tecnológico da Bahia (AEPTECBA) e a Secti, que tem como objetivo consolidar o ecossistema de inovação e ampliar o alcance do Parque Tecnológico.

Com um investimento de R$ 11 milhões, o projeto envolve a criação do LabParque Biotec, um laboratório voltado à biotecnologia para desenvolvimento de bioprodutos e análises, a Estação Maker, dedicada à indústria criativa e ao desenvolvimento de games e audiovisuais, além da implementação de espaços para startups e o Programa de Interiorização, que levará inovação para diversas regiões do estado.

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