|
A mastologista destaca que, para impactar os resultados de cura das pacientes, é necessário que mais investimentos sejam feitos em pesquisas clínicas para o desenvolvimento de novos tratamentos (Rafael Vieira/DP) |
Nódulo endurecido, inchaço parcial ou total de uma mama e dor na mama ou mamilo. Esses são alguns sinais do câncer de mama, a doença mais incidente e com maior taxa de mortalidade por câncer entre as mulheres. A projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca), é que, até 2025, sejam diagnosticados, anualmente, 73.610 novos casos no Brasil. Porém, com a evolução da tecnologia na área de saúde, as novas terapias apresentam uma taxa maior de cura e dão esperança para as pacientes diagnosticadas com a neoplasia.
Segundo a mastologista do Hospital Jayme da Fonte, Isabella Figuerêdo, o tratamento do câncer de mama é multidisciplinar e a escolha vai depender de diversos fatores, como estadiamento da doença, tipo histológico, subtipo molecular, características pessoais da paciente, como idade, status menopausal e até comorbidades. “Em termos práticos, o tratamento consiste em cirurgia, quimioterapia, hormonioterapia, terapias alvo, imunoterapia e radioterapia”, explica.
Os avanços vêm permitindo aos pacientes atingirem maiores taxas de cura da doença. Um dos grandes avanços dos últimos anos está relacionado a adição da imunoterapia, um tratamento biológico que tem o objetivo de potencializar o sistema imunológico, com a quimioterapia na intervenção dos tumores triplos-negativos (um tipo de câncer mais comum em mulheres com menos de 40 anos, latinas, negras e com mutação nos genes BRCA1 e/ou BRCA2. A combinação, oferecida antes de procedimentos cirúrgicos, tem aumentado a taxa de resposta e de sobrevida das mulheres.
Outro destaque é a terapia anti-hormonal, com uso de inibidores de ciclina (CDK 4/6), que são utilizados na doença receptor hormonal positivo. Apenas um grupo restrito de pacientes com gânglios da axila afetados pode receber o medicamento. O inibidor de PARP também foi aprovado para mulheres com a doença relacionada a mutação do gene BRCA 1 ou 2.
“Essas novas drogas foram, inicialmente, utilizadas no cenário da doença metastática, o que revolucionou o prognóstico das pacientes, aumentando o tempo e a qualidade de vida. Assim, foi possível a utilização dos medicamentos no cenário da doença localizada. A finalidade é elevar as taxas de cura das mulheres que sofrem com a doença”, conta a mastologista.
Porém, as inovações não estão relacionadas apenas aos novos medicamentos. A cirurgias e a radioterapia também apresentaram importantes evoluções. Hoje, é possível diminuir a intensidade desses procedimentos, em casos específicos, sem comprometer o sucesso do tratamento.
“A taxa de cura do câncer de mama depende do estágio em que a doença for diagnosticada. Atualmente, entendemos melhor a doença e sua complexidade. Um estudo da revista The Lancet, publicado neste mês, mostrou que as mulheres diagnosticadas com câncer de mama após os anos 2000 apresentaram uma redução de 25% de recorrência à distância em comparação a década de 90”. Isso mostra que estamos no caminho certo”, diz a médica.
A mastologista ainda destaca que, para impactar os resultados de cura das pacientes, é necessário que mais investimentos sejam feitos em pesquisas clínicas para o desenvolvimento de novos tratamentos. Assim, será garantido que as mulheres tenham acesso aos melhores recursos terapêuticos disponíveis.
Referência na saúde Pernambucana, o Hospital Jayme da Fonte, conta com uma equipe de referência em diversas especialidades, inclusive a de oncologia e mastologia. A unidade também possui um centro de diagnóstico por imagem, urgência e emergência 24h, e consultas ambulatoriais.