O acordo firmado entre o Mercosul e a União Europeia nesta sexta-feira (28) que cria a maior área de livre comércio do mundo pode ter lado negativo para os produtores do Vale do São Francisco. Segundo especialistas, comemorar esse acordo sem avaliar os danos colaterais, coloca uma dúvida se ele realmente é benigno. De um lado,a reivindicação, diga-se de passagem justa,diz respeito aos produtores do Vale do São Francisco, pois com o acordo, a retirada de impostos sobre os produtos agrícolas permitirá, por exemplo, que a uva de mesa produzida na região entre na Europa com tarifa zero.
O efeito colateral, diz respeito aos produtos industrializados que virão desses países, e que entrarão com força no mercado. Como todos sabem, o Vale do São Francisco vende e importa mais produtos in-natura, e não existe uma grande escala de produtos industrializados na região. Uma fórmula muito fácil de se entender essa jogada, é perceber que não consumimos a uva in-natura produzidas em cidades chilenas ou portuguesas por exemplo, mas com certeza, o vinho, a geleia e outros produtos derivados da uva, certamente uma ou outra vez o brasileiro já consumiu. O vinho da cidade do Porto em Portugal, os vinhos chilenos, e por aí vai.