O craque e a perna de pau

Opinião

Pernambuco é um Estado sui-generis, diferenciado, merece uma tese em gestão pública. Num intervalo de apenas duas semanas, um mesmo instituto, o AtlasIntel, traz João Campos (PSB) na liderança do ranking entre os dez melhores prefeitos de capitais, campeão em popularidade. Na outra ponta, na avaliação dos 27 governadores do País, a tucana Raquel Lyra (PSDB) desponta como a pior, a mais rejeitada, num decepcionante rabo da gata, a lanterninha.

Roubou o troféu ruindade do governador do Rio de Janeiro, o bolsonarista Cláudio Castro (PL), até então imbatível em rejeição. Se João e Raquel estivessem num jogo de futebol, o prefeito, ao atingir a nota máxima em aprovação entre os colegas de capitais, seria classificado como craque, enquanto a governadora levantaria a taça de perna de pau, designação pejorativa que se dá, no futebol, ao pior jogador, um mau atleta.

O vexatório desempenho de Raquel na pesquisa só surpreendeu os desavisados, os que não acompanham o dia a dia do seu governo, que é uma lástima, um desastre. Até o momento, ela só errou. Aliás, já começou errando lá atrás ao montar uma equipe improvisada, de supetão, sem ouvir ninguém. Pelo perfil do elenco, pensou que ainda estava prefeita de Caruaru. Importou um monte de gente de lá, criando a República de Caruaru.

Gestão maquiada não dá certo, nem em Pernambuco nem em lugar nenhum do mundo. Governar sem diálogo é um passo rápido fadado ao insucesso. Com exceção do seu espelho, onde se olha todos os dias e pergunta se há alguém melhor do que ela na face da terra, Raquel não conversa com ninguém. Dá patada em todo mundo. Seus auxiliares temem sua cara feia. Tem secretário que até hoje não conseguiu um despacho com ela.

Aliás, nem a ex-secretária de Defesa, Carla Patrícia, amiga dela na carreira de delegada federal, mesmo na fase em que montava o plano de segurança, conseguia ser recebida em despacho. Em pouco tempo, como um castelo de areia que desaba com o vento, seis secretários foram demitidos ou pediram para sair. Os que jogaram a toalha falam horrores do estilo autoritário, arrogante e prepotente dela.

Governo bom se faz com humildade, diálogo com o parlamento e as instituições de um modo geral. Se faz com boas ideias, projetos criativos, foco nos clamores da população, que são a saúde e a segurança pública. Não há segredo! Estive em Goiás, há pouco, e senti um Estado extremamente satisfeito com o governador Ronaldo Caiado (UB), o mais popular do País.

E o que fez Caiado para cair na graça do seu povo? Investiu fortemente em saúde e segurança pública. Um Estado que era até então um dos mais violentos do País, por anos seguidos, se transformou no mais seguro entre as 27 unidades da Federação. Os hospitais mantidos pelo Estado melhoraram da água para o vinho. Valorizou todos os profissionais da máquina pública, do professor ao soldado raso, com os melhores salários do País.

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