O dilema de Lula no segundo turno

Por Elio Gaspari*

Lula quis ficar longe da frigideira nas disputas pelo primeiro turno. Talvez tenha sido uma má ideia. Com 15 eleições em capitais na próxima rodada, a chapa esquentou. Se ele entrar de cabeça, só poderá proclamar vitória onde tiver conseguido virar o jogo, e essas capitais parecem ser poucas.

Cachorros grandes

Foi má a ideia do então ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski de trancar a ação que contestava a lisura dos 36 caças suecos Gripen. Como ensinou o juiz Louis Brandeis, a luz do Sol é o melhor detergente.

Passaram-se mais de dois anos e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou no caso, pedindo informações aos fabricantes suecos.

O mercado mundial de armamentos é uma briga de cachorros grandes e os americanos não gostam de perder encomendas. O edital da compra dos jatos mexia com US$ 4,5 bilhões.

O pior que pode acontecer é um replay da promiscuidade de procuradores brasileiros com funcionários americanos durante a Lava Jato.

*Jornalista da Folha de São Paulo

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