‘O quadro geral é de perda de controle’, diz William Waack sobre o governo Bolsonaro

“Qualquer o nome que se dê ao monte de dinheiro que Bolsonaro entrega a parlamentares amigos, do ponto de vista político equivale à esperteza de amarrar uma corda ao redor do próprio pescoço”, diz o jornalista William Waack. “O quadro geral é de perda de controle”, avalia

 “Qualquer o nome que se dê ao monte de dinheiro que Bolsonaro entrega a parlamentares amigos, do ponto de vista político equivale à esperteza de amarrar uma corda ao redor do próprio pescoço”, escreve o jornalista William Waack no jornal O Estado de S. Paulo sobre a aproximação de Jair Bolsonaro com os partidos do Centrão por meio da compra de apoio através da liberação de emendas. Para ele, “o quadro geral é de perda de controle”.

“É o famoso ‘toma lá, dá cá’. A ‘genialidade’ política de Bolsonaro consistiu em eliminar o ‘toma lá’. É o primeiro chefe do Executivo que literalmente entregou aos parlamentares a alocação de recursos via Orçamento”, afirma ele no texto.

“O quadro geral é de perda de controle. Sua expressão mais acabada está na sigla “RP9”, a que identifica no Orçamento as agora famosas ‘emendas do relator’. Elas não são outra coisa senão a consagração dos acordos informais entre a cúpula do Congresso e o Executivo para distribuir a grana do Centrão”, observa.

“A descrição eloquente e detalhada desse quadro – o de um governo sem rumo e projeto digno desse nome, em parte à mercê de palpiteiros – foi até aqui o principal resultado trazido pelos trabalhos da CPI da pandemia”, destaca o jornalista. “Isso tudo tem um nome antigo: vazio de poder. É o que mantém a política brasileira neste momento tão perigosamente imprevisível”, finaliza.

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