O que aconteceu com os seguidores de Charles Manson?

Líder da seita morreu neste domingo nos Estados Unidos

Líder de uma seita responsável por sete mortes, Charles Manson morreu aos 83 anos, nos EUA, neste domingo (19). Ele estava preso há mais de 40 anos pelos vários crimes que ordenou – Manson não estava presente nos assassinatos. Vários membros da seita que realmente efetivaram os homicídios foram condenados pelos crimes. O que aconteceu com eles? Veja abaixo, com informações do jornal Público.

* Charles Tex Watson, 71 anos. Chamado de “mão direita” de Manson. Em agosto de 1969, ele e mais três mulheres mataram a atriz Sharon Tate, esposa grávida do cineasta Roman Polanski, e mais quatro pessoas que estavam de visita à casa dela Beverly Hills. Também participou da morte do casal Leno e Rosemary LaBianca, no dia seguinte. Ele continua preso na califórnia e teve pedidos de liberdade condicional negados várias vezes. Em 1981, Watson se tornou pastor, convertendo-se ao cristianismo.

Tex Watson: antes e depois (Foto: Divulgação)

* Patricia Krenwinkel, 69 anos. Participou dos homicídios na casa de Tate e da morte do casal LaBianca. Ela é a mulher que está a mais tempo servindo pena na Califórnia e teve pedidos de liberdade negado várias vezes. O último foi em junho deste ano, depois de o advogado de Krenwinkel fazer um pedido com novas afirmações de que a cliente tinha sofrido abusos na mão de Manson e de uma pessoa não identificada. Ele alegou que Krenwinkel sofria de “síndrome da esposa maltratada”, condição psicológica sofrida por quem passa anos sendo abusada emocional e fisicamente por um parceiro. Ela poderá fazer novamente pedido para ser solta daqui a cinco anos.

Patricia Krenwinkel

* Leslie Van Houten, 68 anos. Cumpre pena de prisão perpétua pelo homicídio do casla La Bianca. Em 2016, o governador Jerry Brown, da Califórnia, barrou a liberdade condicional de Van Houten, afirmando que ela representa risco à sociedade se for solta. Um novo pedido foi feito no mês de setembro e ainda não foi analisado.

* Bruce Davis, 75 anos. Cumpre prisão perpétua pela morte do professor de música Gary Hinman e de Donald Shea. Vários pedidos de liberdade foram recusados pelo governador Brown.

* Robert Beusoleil, 70 anos, cumpre prisão perpétua pela morte de Hinman. Também já fez vários pedidos para ser solto, o último sendo negado em outubro do ano passado. Em 2019, poderá fazer novo pedido.

* Lynette Fromme, 79 anos. Membro da família, ela assistiu ao julgamento Manson. Em 1975, foi presa pelo Serviço Secreto depois de tentar matar o presidente Gerald Ford, sendo depois condenada à prisão perpétua. Em 2009, recebeu liberdade condicional e vive em Nova York.

* Steven Grogan. Foi libertado depois de revelar à polícia onde estava o corpo de Donald Shea, morto em 1969.

* Susan Atkin. Participante de vários crimes, foi a responsável por escrever Pig (porco) com sangue das vítimas nas paredes da casa de Sharon Tate. Ela morreu de câncer na prisão em 2009, aos 61 anos. Ela tinha pedido liberdade condicional quando sua doença complicou, mas este foi negado.

Vida na prisão e culto no verão do amor
Manson abalou os Estados Unidos (EUA) em agosto de 1969 com uma onda de violência, na qual ele e seus seguidores, fãs de uma seita e conhecidos como “a família Manson”, mataram sete pessoas para provocar uma guerra racial.

Os crimes comoveram a sociedade americana e marcaram simbolicamente um ponto na contracultura dos anos 60 e do movimento hippie.

Entre os assassinados está a atriz Sharon Tate, que estava prestes a dar à luz o primeiro filho, fruto de sua relação com o diretor Roman Polanski. Os assassinos usaram o sangue de suas vítimas para escrever mensagens nas paredes, enquanto seguiam as instruções que acreditavam escutar na canção Helter Skelter, dos Beatles.

Manson somava centenas de sanções por mau comportamento na prisão, onde também gravou uma tatuagem em forma de uma suástica.

O assassino em série morreu em um hospital da cidade de Bakersfield, disse à TMZ a irmã de Sharon Tate, após receber um telefonema de oficiais de Corcoran State, a prisão onde estava Manson, condenado em 1971 pelo seu papel na organização e no planejamento dos assassinatos cometidos por seus seguidores.

Manson foi condenado a morrer na câmara de gás em 1971. A pena capital foi transformada para prisão perpétua depois que os tribunais declararam inconstitucional punir com a morte os detentos no estado da Califórnia.

Após sete anos de prisão, ele foi declarado em condições de obter a liberdade condicional, que foi repetidamente negada sob a alegação de que era um preso ainda muito perigoso.

Nos últimos 20 anos, Manson sempre se negou a comparecer às suas audiências para liberdade condicional. Em entrevista à revista Vanity Fair, em 2011, se descreveu como um homem “mesquinho, sujo, fugitivo e ruim”, acrescentando que foi condenado por “ser a vontade de Deus”.

Em reportagem publicada em 1970 pela revista Rolling Stone, sobre os assassinatos feitos pela “família”, foi considerado “o homem vivo mais perigoso do mundo”.

Leslie Van Houten, o membro mais jovem do clã, explicou que Manson havia feito neles “lavagem cerebral” com sexo, LSD, leituras constantes de passagens da Bíblia, repetidas escutas do disco “White Album”, dos Beatles, e outros textos sobre o seu desejo de lançar uma revolução.

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