É preciso atenção, por exemplo, à manutenção de medidas que possibilitem a construção de espaços onde expectativas de escola e sociedade possam ser debatidas em conjunto e alinhadas de forma a proporcionar maiores aprendizados e melhores experiências aos estudantes.
As análises sobre as formas mais eficazes de atuar no ensino perpassam, inclusive, os diferentes níveis educacionais, indo da educação infantil à educação de jovens e adultos, por exemplo.
Doutora em Sociologia e mestra em Educação, a professora Luciana Marques integra o grupo de pesquisa Políticas Públicas de Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e defende a formação de uma cultura democrática nas escolas.
Temos que pensar numa cultura democrática na educação, que envolva as escolas, envolva os sistemas estaduais, nacional e municipais”, disse. “Educação não se faz sozinha. A questão da democracia é fundamental como elemento para melhoria da qualidade de educação. A gente tem nesse caminho algumas questões que são importantes: o fortalecimento do Fórum Nacional de Educação, isso é uma questão extremamente importante para a sociedade civil, de as entidades acadêmicas estarem pensando as políticas educacionais junto com os governos”, disse.
A participação em conjunto, avalia, deve ser aplicada em todas as esferas educacionais, incluindo ainda tanto o ensino a nível estadual, quanto a educação no âmbito das cidades.
“É importante também a nível local, estadual e municipal, com os fóruns e conselhos de educação, que também possibilitam essa participação do conjunto da sociedade. E a nível da escola, temos os conselhos escolares, que é formado por representantes de todos os segmentos que atuam na escola, inclusive grêmios estudantis, que são importantes para que as decisões da escola sejam compartilhadas”, comentou.
Alfabetização igualitária
Para a doutoranda e mestra em Educação, Tulane Souza, um dos temas prioritários que deve ser debatido quando o assunto é educação é a alfabetização de crianças de forma igualitária, independentemente do contexto socioeconômico.
“A criança entra no jardim e ali ela não é alfabetizada, ela é colocada no universo educativo através de uma forma lúdica. E quando a criança estuda numa escola particular, ela tem acesso a algumas demandas, para atingirem determinadas metas, pontuações. Então, o desenvolvimento acontece de uma forma mais prática para as crianças que estudam em escola particular”, pontuou.
“Já as crianças que vão para creche, para escolas públicas, não têm tanto acesso a esse mecanismo de aprendizagem como as que estudam em colégios privados. E aí quando a criança chega na fase da alfabetização, ela não teve aquela base que anteriormente poderia receber”, analisou a educadora.
Nesse sentido, explica, é importante que as escolas e os profissionais tenham conhecimento de modelos de aprendizagem que podem ser aplicados em diferentes etapas. Ela cita, como exemplos o método Paulo Freire, onde aplica-se a educação contextualizada, e o método Montessori, onde a criança exerce tarefas no ambiente escolar.