Opinião
Com o fim das gestões municipais se aproximando, em 31 de dezembro, uma dúvida paira no ar: a governadora Raquel Lyra (PSDB) vai pedir de volta os servidores estaduais cedidos de todas as prefeituras do Estado, ou vai solicitar a devolução apenas dos que integram a gestão do prefeito reeleito do Recife, seu possível opositor em 2026, João Campos (PSB)?
Alguns prefeitos já sinalizaram que levarão o assunto para a reunião com Raquel, na próxima semana, quando a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) realiza o primeiro encontro dos eleitos e reeleitos, segunda e terça, em Gravatá, no Agreste pernambucano.
Um dos gestores preocupados é o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), aliado da governadora, que tem pelo menos seis funcionários estratégicos da gestão e que são servidores do Estado cedidos. Entre eles, o presidente da Empresa Municipal de Energia e Iluminação Pública de Jaboatão (EMLUME), Paulo Roberto Sales Lages.
Outros integram as secretarias da Fazenda, de Infraestrutura e de Administração do município. Não só Jaboatão, mas outras prefeituras hoje com gestões aliadas do Governo do Estado também contam com trabalhadores cedidos, como Caruaru e Olinda.
A governadora sinalizou, na última semana, que pretende chamar todos de volta, justificando que o volume de investimentos que tem sido feito em Pernambuco, boa parte pelo Governo Federal, precisa de gente para atuar e que o Estado quer economizar nas contratações, uma vez que já tem os servidores.
Por outro lado, membros das gestões alegam que nas primeiras canetadas, no início do ano, solicitando o pessoal que estava nas prefeituras, a desorganização foi tanta que funcionários que eram estratégicos nas cidades acabaram voltando para o Estado sem ter uma mesa nem um computador para trabalhar, resultando na perda de uma mão de obra importante que ficou sem servir aos municípios e acabou sem ajudar também ao Estado.
Silêncio – Questionada sobre quais medidas irá tomar para não perder quatro secretários (Educação, Finanças, Habitação e Ciência e Tecnologia), e diversos outros trabalhadores estratégicos no segundo e terceiro escalões, a Prefeitura do Recife não quis se manifestar, assim como a Prefeitura de Jaboatão.
Por: Magno Martins