Em meio ao terror dos campos de concentração nazistas, onde a esperança parecia ter desaparecido, uma história de humanidade e música surgiu.
Jacques Stroumsa, um jovem violinista judeu grego, foi enviado a Auschwitz em 1943. No momento em que chegou, perdeu sua família, mas o destino lhe reservava algo inesperado. Um oficial da SS notou que ele carregava um violino e ordenou que tocasse. Com as mãos trêmulas e o coração apertado, Jacques começou a executar uma peça clássica. O oficial, impressionado com sua habilidade, decidiu poupá-lo e o colocou na orquestra do campo.
A orquestra era forçada a tocar enquanto prisioneiros marchavam para o trabalho e, muitas vezes, para a morte. Mas, para Jacques e seus companheiros músicos, a música se tornou um fio de resistência, um lembrete de sua humanidade em meio ao horror.
Certa noite, um jovem prisioneiro chamado David se aproximou dele. Com lágrimas nos olhos, contou que sua mãe sempre cantava uma melodia específica para ele antes de dormir. Sem hesitar, Jacques pegou seu violino e tocou a música. Por um breve momento, naquele lugar de desespero, o tempo parou. Outros prisioneiros se aproximaram, alguns choraram em silêncio, outros fecharam os olhos, deixando-se levar pela lembrança de tempos melhores.
A guerra acabou, e Jacques sobreviveu. Anos depois, em um concerto na França, um homem idoso se aproximou dele com os olhos marejados. “Você não se lembra de mim?”, perguntou. Era David. “Você tocou para mim naquela noite em Auschwitz. Aquela música foi a última coisa bela que ouvi antes da libertação.”
Jacques percebeu, naquele momento, que a música havia sido sua arma contra a escuridão, um símbolo de esperança e sobrevivência.