Obras inacabadas, a herança de Eike batista
Além das belezas naturais e monumentais do Rio de Janeiro, outro cenário que despontou recentemente na cidade tem chamado a atenção da imprensa internacional. Os empreendimentos sociais inacabados que ficaram como herança do declínio do Império X, do ex-magnata brasileiro, Eike Batista. Uma reportagem do jornal americano The Wall Street Journal (WSJ), publicada nesta quinta-feira (16/1), enumera obras sociais que foram erguidas com a ajuda financeira de Eike e agora, com o colapso das suas empresas, estão paralisadas ou funcionando com muitas dificuldades.
Um desses empreendimentos é o hospital especializado em cirurgias cardíacas, Pro Criança Jutta Batista. O The Wall Street descreve que este centro médico, criado para atender crianças de baixa renda, ainda “tem cheiro de tinta fresca e piso de espumantes brancos”. No entanto, um estranho silêncio toma conta dos seus largos corredores e os seus sofisticados equipamentos nem saíram da embalagem. Enquanto isso, uma lista de crianças carentes que aguardam atendimento cresce a cada dia no Estado.
De acordo com a matéria do WSJ, Eike Batista pagou cerca de US $ 15 milhões, quase metade do faturamento total, para ajudar a construir esse hospital, que tem o nome de sua falecida mãe. Logo após o anúncio de falência das empresas do grupo de Eike, as generosas contribuições para a filantropia foram afetadas diretamente. As verbas para o Pró Cardíaco foram cortadas, quando a unidade médica precisava de um adicional de 7000 mil dólares para iniciar as operações. “Estou certa de que se Eike pudesse ajudar, este hospital não seria fechado”, disse ao WSJ a cardiologista pediátrica e fundadora do hospital, Rosa Célia Pimentel Barbosa. E mediante à ruína de Eike, a médica complementou: “Mas eu não iria pedir-lhe mais dinheiro. Ele deu tudo o que tinha comprometido e ainda mais do que pedimos”.
O Wall Street informa que o ex-bilionário lançou um punhado de projetos no Rio, que vão desde o hospital infantil até a limpeza de uma lagoa notoriamente suja localizada no coração da cidade, se referindo à Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul. O texto diz que Eike renovou hotéis históricos, comprou equipamentos e veículos para a polícia do Rio de Janeiro e patrocinou uma equipe de vôlei. (Jornal do Brasil)