[Opinião] Fogo nos ossos

John Knox

John KnoxFoto: Wikimedia Commons

Por Hely Ferreira*

Nascido nas proximidades de Edimburgo, em 1514, John Knox era conhecido como um exímio pregador. Dentre tantas virtudes, a coragem era algo constante na vida do pregador escocês.

Ainda jovem, Knox recebeu orientação educacional em St. Andrews, logo depois estudou na universidade de Glasgow. No ano de 1536, foi ordenado padre e em 1545, anunciou sua adesão ao protestantismo.

Na opinião de Lloyd-Jones, John Knox é o principal precursor do puritanismo. Viveu em um contexto onde os conflitos entre católicos e protestantes era algo rotineiro, principalmente na Espanha, Inglaterra e no seu país de origem (Escócia).

O cárcere foi algo comum na vida de John Knox. As prisões eram frutos de sua pregação calorosa, combatendo o clero que era marcado pela avareza e o poder civil recheado de corrupção (qualquer semelhança é mera coincidência).

Não foi debalde dizerem que ele pregava com fogo nos ossos, ou seja, confrontando as heresias teológicas e o descaso do poder público da época. Durante um período, buscou refúgio na suíça, vivendo protegido por João Calvino.

Procurando resistir à corrupção política e eclesiástica, terminou sendo condenado a uma pena de 19 meses de reclusão, deixando-o o enfermo. Com relação a sua conduta, disse Calvino: “tão fácil de difamar, difícil de imitar”. Knox conseguia unir coragem com vida piedosa. Assim dizia ele: “Oh! Senhor Eterno, mova e governe minha língua para que eu fale a verdade”.

Bom seria, que aqueles que costumam se autodenominar seguidores dos reformadores, buscassem ter postura mais contundente com relação não apenas aos problemas teológicos, mas também as questões que envolvam diretamente a sociedade. Defendendo liberdade de expressão e a separação entre Igreja e Estado.

Hely Ferreira é cientista político.

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