Opinião: O sonho azul do pesadelo

Por: João Alberto 

Uma coisa que pouca gente sabe: Desde o início dos anos 70, havia uma linha de trem entre o Recife e Fortaleza, chamada de  Expresso Asa Branca, operado pela Rede Ferroviária do Nordeste. Em 1975 foi inaugurado o Sonho Azul, um trem de luxo, que fazia uma viagem por semana entre as duas capitais.

Justificando seu nome, os vagões eram pintados de azul royal. Para enfrentar as muitas horas da viagem, uma completa estrutura, como poltronas reclináveis e acolchoadas, ar condicionado, sistema de som, banheiros e outros confortos, menos as cabines-leitos já muito usadas nos trens da Europa.

O Sonho Azul tinha um vagão restaurante. Fui um dos convidados para a viagem inaugural, que acabou sendo um fiasco. Logo no início, o ar condicionado pifou, o calor era infernal. Em Gravatá, veio e informação de que a viagem continuaria no calor; o conserto só seria feito em Fortaleza.

Junto com a maioria dos convidados, desci. Um dos convidados mandou buscar seu carro no Recife para nos levar de volta. Depois de muito esforço para conseguir fazer uma ligação por telefone, numa época em que o celular nem sonho era. As passagens eram caras e cobradas por trechos, que eram muitos no roteiro.

O Sonho Azul se tornou altamente deficitário circulou por apenas dois anos.

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