Opinião: Ordem foi do chefe maior

Opinião

Quem deu a ordem para o Batalhão de Choque de Pernambuco agredir, atirar balas de borracha em gente inocente e reprimir os manifestantes que foram às ruas do Recife, sábado passado, protestar contra o Governo Bolsonaro? A polícia só um tem um comandante, o governador do Estado, no caso Paulo Henrique Saraiva Câmara, cidadão pernambucano, nascido no Recife em 8 de agosto de 1972, 49 anos de idade.

Foi Paulo Câmara, portanto, nome de guerra do governador. A menos que ele tenha perdido autoridade de chefe de Estado ou o Batalhão bata continência para um comando paralelo. Não sei qual situação pior, se ter autorizado ou a PM ter agido por conta própria. No segundo caso, as chances são muito remotas, porque o secretário de Defesa, Antônio de Pádua, foi flagrado numa sala acompanhando, com assessores, o desenrolar do episódio.

Estranhamente, o governador alimenta um silêncio que dói na sociedade como um soco no estômago. Tem um ditado popular que minha avó repetia muito, que diz que quem casa consente. Mais estranho, ainda, é o governador priorizar receber em audiência a vereadora agredida antes mesmo do seu secretário que dá as ordens ao Batalhão de Choque e a polícia em geral.

Ao ser abordado por deputados estaduais, o secretário disse, no mesmo dia que o governador dava tratamento de nobreza à vereadora petista, que não podia adiantar muitas informações aos nobres parlamentares porque não tinha tido, ainda, oportunidade de discutir tudo que havia se passado no sábado com mais profundidade com o próprio governador.

O governador deve uma satisfação ao povo pernambucano.

Por: Magno Martins

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *