Opinião: Prevenção às drogas não foi prioridade no governo Paulo Câmara

Por Raphael Guerra 

Prevenção às drogas precisa ser prioridade no combate à violência. Foto: Diego Nigro/JC Imagem

A segurança, mais uma vez, foi uma das pedras no meio do caminho do governador Paulo Câmara (PSB), durante debate transmitido pela TV Jornal, nessa terça-feira (25). Questionado por Ciara Carvalho, repórter especial do Jornal do Commercio, sobre a falta de investimentos em prevenção às drogas, o candidato à releição se perdeu nas palavras. Afirmou que não faltaram investimentos na área, apesar de os números da violência mostrarem o contrário.

No ano passado houve recorde histórico de homicídios, assunto amplamente divulgado pela imprensa. Como bem lembrou Ciara, mais de 70% dos assassinatos têm relação com o consumo e com o tráfico de drogas. Para barrar o avanço da criminalidade, o Governo do Estado investiu na repressão. Comprou armas, entregou novas viaturas e formou novos policiais. A curto prazo, como mostram as estatísticas, o Estado conseguiu diminuir os homicídios e roubos, se comparados com os resultados de 2017. Mas, a longo prazo, a tendência, segundo especialistas, é que os números voltem a subir. Isso se a prevenção não for priorizada, como até agora não parece ter sido.

O programa Atitude, criado em 2011 pelo então governador Eduardo Campos, conseguiu bons resultados desde a criação, tirando centenas de homens e mulheres do caminhado das drogas. Mas desde 2014 perdeu o fôlego. Investimentos caíram, serviços foram suspensos e a assistência aos usuários foi prejudicada.

Durante o debate na TV Jornal, Paulo Câmara citou por várias vezes que Pernambuco viveu a maior crise da história. Mas esse argumento não pode ser utilizado quando se fala em segurança. Até porque ele mesmo já disse que o Estado recebeu, em 2017, o maior investimento da história para combater da violência. Declarações contraditórias, e que preocupam. Afinal, a menos de 15 dias do primeiro turno das eleições, o pernambucano precisa, de forma clara, compreender se pode confiar que os erros cometidos nos últimos anos serão corrigidos ou se é preciso apostar em um novo candidato na hora em que estiver de frente para a urna eletrônica.

Extraído do JC

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