Oposição entra em rota de colisão com o presidente da Assembleia Legislativa na Bahia
Apontada nos bastidores como aliada ao presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), nas eleições da mesa, embora o dirigente seja reconhecido como um fiel governista, que ensaia a sucessão ao governador Jaques Wagner (PT), a bancada de oposição entrou em rota de colisão com a liderança da Casa e não participou ontem da Assembleia Itinerante, em Camaçari.
O estremecimento foi reflexo da última votação em plenário, quando, numa estratégia “regimental”, Nilo teria impedido a oposição de discutir as contas do governador do ano de 2009. Trinta e três deputados participaram das atividades na cidade da Região Metropolitana.
Ao contrário das sessões itinerantes anteriores, ontem não foram apreciados projetos. Apesar de demonstrar contrariedade com as críticas dos oposicionistas, que em nota o acusou de ter uma postura “arbitrária” e “antidemocrática”, Nilo disse que não colocou propostas para votação em respeito à ausência da bancada. O líder Elmar Nascimento disse ontem que vai reunir o grupo para avaliar a participação nas próximas edições. Ele não quis entrar em detalhes sobre a decisão por não estar presente no momento da confusão, leia-se a votação que virou a madrugada na última quarta-feira.
Por sua vez, o deputado Leur Lomanto Jr. (PMDB) reforçou que a oposição ficou “insatisfeita” com o tratamento dado pelo presidente do Parlamento nos últimos trabalhos, “cerceando a oposição de fazer a sua atuação parlamentar com a obstrução”.
O peemedebista afirmou que a estratégia de Nilo foi favorecer o Poder Executivo. “Não existe profissional no mundo que vá ao desencontro do presidente Marcelo Nilo, quando ele quer passar o rolo compressor e ajudar os interesses do governo”, afirmou.
A declaração foi em resposta à afirmação de Nilo, de que a oposição teria sido “amadora”. “Primeiro, eu respeito qualquer gesto político da oposição, agora eu acho que eles foram amadores e foram duros demais com as críticas direcionadas a mim. Eu segui o regimento. Infelizmente, os mais experientes foram dormir e deixaram os amadores, que esqueceram de se inscrever para discutir. Como ninguém se inscreveu, encerrei a discussão”, justificou.
Segundo o pedetista, cada deputado tem o direito de falar 20 minutos e deve se inscrever no livro da secretaria da mesa. “Não querem ir mais à Assembleia Itinerante, paciência. Sempre faz falta por causa dos debates, mas não querem ir, paciência. Não perdi meu sono por isso”, disse, acusando a decisão da oposição de falta de bom senso. (Tribuna)