Os maiores pintores de Pernambuco

Por João Alberto

Vicente do Rêgo Monteiro: Nasceu no Recife em 1889 e desde cedo, demonstrou vocação para a pintura. Iniciou-se na arte sob a orientação de sua irmã, a também pintora Fédora do Rego Monteiro. Em 1911 mudou-se para Paris, onde estudou desenho, pintura e escultura na Académie Julian. Com a Primeira Guerra Mundial, voltou ao Brasil, em 1914,. Em 1918 realiza sua primeira exposição individual no Teatro Santa Isabel, no Recife. Em 1920, estuda a arte marajoara da coleção do Museu Nacional. No mesmo ano, expõe em São Paulo onde apresenta quadros que exploram motivos indígenas, que foi considerada pela crítica como futuristas. Nessa época, aproximou-se da corrente modernista de pintura de São Paulo, especialmente de Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral.

Em 1922, voltou a Paris deixando oito óleos e aquarelas para serem expostas na Semana de Arte Moderna de São Paulo. Viajou por diversos países da Europa, em companhia de Gilberto Freyre. Pintou várias telas com temas religiosos, sempre adaptando para uma linguagem moderna, os temas tradicionais da arte sacra. Como muitos artistas, mesmo fazendo quadros valliosos, não fez fortuna. No final da vida, cheio de dívidas, passou a morar num quitinete no Edifício Holiday, pago por Carlos Ranulpho, que se tornou seu marchand. Morreu em 1970, de um ataque cardíaco quando se preparava para viajar para o Rio. Deixou seu nome entre os maiores pintores brasileiros de todos os tempos.

Gil Vicente: Nascido no Recife em 1958, Gil Vicente Vasconcelos de Oliveira, filho de uma tradicional família pernambucana, iniciou seus estudos em 1972 na Escolinha de Artes do Recife e frequentou ateliês da UFPE. Em 1975 recebeu o primeiro prêmio do Salão de Novos do Museu de Arte Contemporânea de Olinda. Ganhou uma bolsa do Governo da França em 1980 e estudou dois anos em Paris. Na volta ao Recife, participou do Ateliê Coletivo, fazendo xilogravuras sob orientação de Gilvan Samico. Participou de várias exposições no país e exterior e teve o documentário “Gil Vicente- Ofício e Silêncio” lançado juntamente com sua exposição Figuras/Pinturas em 1996 na Galeria Futuro 25.

Luciano Pinheiro: Nasceu no Recife, em 1946. Desenhista, gravador, pintor e arquiteto, transitou nessas linguagens artísticas abrindo fronteiras e diálogos entre elas. Participou de diversos agrupamentos de artistas plásticos destacando-se por sua atuação como sócio fundador e diretor artístico da Oficina Guaianases de Gravura  e no ateliê Coletivo de Olinda. Formou-se em arquitetura pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1973, onde também faz o curso de especialização em Restauração de Monumentos e Conjuntos Urbanos, entre 1974 e 1976. Estudou em Paris, participou de mais de 20 exposições no Brasil e no exterior e há muitos anos mora numa casa no Sítio Histórico de Olinda.

Paulo Neves: Nascido em 1935 em Paudalho, Paulo José Neves de Oliveira começou a pintar como autodidata, no Recife, para onde veio cedo. Aconselhado por amigos, em 1957, decidiu ingressar na Escola de Belas Artes de Pernambuco, para fazer o curso de Cerâmica e Azulejos. Depois, estudou pintura e arte barroca no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco. Também se destacou como pesquisador de arte, especialmente voltado para as telas da pintura holandesa dos séculos XVI e XVII e peças de cerâmica pintadas com esmaltes e cristais.

Sobre sua pintura, trago o depoimento de José de Souza Alencar, Alex, que foi cronista social, mas também crítico de arte: “Paulo Neves é um pintor pernambucano dos nossos dias. Tem mais de 20 anos de pesquisa do traço da figura humana, o seu grande tema. E ao conceber a figura, ele se distancia no tempo, preferindo a influência, como tanto outros artistas, mas nunca a imitação, dos detalhes, da riqueza de expressão do período renascentista, o mais rico, livre, criativo, renovador da arte universal”. O pintor faleceu em 1997, deixando uma robusta obra, depois de participar de um grande número de exposições no Brasil e exterior.

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