ovens continuam liderando estatística de desaparecidos
A maior incidência de desaparecimentos na capital baiana é com adolescentes, afirma a delegada Heloisa Simões de Freitas Almeida, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). “Conflito familiar é uma das principais causas. Há casos relacionados ao homossexualismo, onde a família não aceita a situação e o adolescente acaba fugindo de casa. Como também há muitos casos em que a adolescente foge com o namorado”, informou.
Para ajudar na busca pelos desaparecidos, a Delegacia de Proteção à Pessoa está recorrendo às redes sociais. Um perfil foi criado no Facebook onde são publicadas fotos com data, número da ocorrência e nomes das crianças e adolescentes que estão desaparecidos. A página intitulada por “Delegacia de Proteção à Pessoa” já tem 615 curtidas e algumas imagens chegaram a ser compartilhadas mais de 200 vezes. “Pedimos autorização escrita dos familiares e só assim publicamos as fotos. As pessoas querem ajudar, elas veem as fotos e compartilham. A página só está ativa há dois meses e tem contribuído bastante, chegamos a ter 20 mil visualizações em algumas imagens” salientou a delegada.
Segundo informações do DHPP, o número de desaparecidos em 2012 chegou a 629, sendo que até o fim do ano 551 foram localizados. Já neste ano, até o fim do mês passado tiveram um total de 508 desaparecidos, e 450 localizados.
As pessoas que quiserem prestar queixa sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes não precisam mais esperar de 24 a 48 horas para procurar a polícia. A “Lei da Busca Imediata”, Lei nº 11.259-05, validada em 6 de janeiro de 2006, determina a busca e investigação imediata de crianças e adolescentes. Mas antes disso, há algumas recomendações. “Antes de tudo devem procurar nos hospitais, informações com os amigos, pessoas próximas, e só então procurar a polícia” aconselhou a delegada Heloisa Simões. Ela ainda frisa um ponto importante para prevenir o desaparecimento. “Para prevenir é preciso fiscalizar. Alguns pais só tomam conhecimento que o filho não vai para a escola quando o adolescente desaparece, o mais importante de tudo é o diálogo” disse.
Após denúncia de desaparecimento, é feito um levantamento da pessoa e cria-se um registro no Cadastro Estadual de Pessoas Desaparecidas. Há situações em que a pessoa volta para casa espontaneamente, nesse caso, é preciso dar baixa na queixa.
“Em alguns casos o adolescente acaba voltando pra casa por si próprio. É importante que o familiar que prestou queixa retorne a delegacia para dar baixa e retirar o registro do banco de dados dos desaparecidos” conclui a delegada.