Padilha nega que entrega da Caixa a Arthur Lira já esteja acertada
Ministro das Relações Institucionais diz que a reforma ministerial foi concluída com as mudanças nos esportes e nos portos e aeroportos
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, expressou discordância em relação ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na terça-feira (19). Ele afirmou que a decisão de substituir o comando da Caixa Econômica Federal não está diretamente ligada às negociações que culminaram na mais recente reforma ministerial, segundo reportagem do jornalista Renato Machado, publicada no Jornal de Brasília. O governo recentemente concluiu o processo de reforma ministerial visando consolidar a participação do centrão no Executivo, com a nomeação de líderes do PP e do partido Republicanos para cargos ministeriais.
Em uma entrevista concedida à Folha de S.Paulo, Arthur Lira declarou que a mudança no comando da Caixa estava incluída no acordo estabelecido entre os partidos. Ele afirmou: “A Caixa faz parte do acordo com os partidos”. Quando questionado sobre se isso envolveria as 12 vice-presidências do banco, Lira afirmou que esse era, de fato, o acordo. Ele também enfatizou que a indicação para a presidência da Caixa será feita pelo seu partido, o PP.
No entanto, em uma entrevista à rádio CBN na manhã de terça-feira, o Ministro Padilha destacou que a Caixa já possui uma presidente, Rita Serrano, e que qualquer possível mudança no comando será baseada no desempenho da instituição. Ele ressaltou a diferença entre a composição de um banco como a Caixa e a formação de um ministério, onde o presidente da República tem a prerrogativa de tomar decisões. Padilha deixou claro que a decisão sobre o banco é independente das discussões em curso sobre a reforma ministerial e que o governo avalia continuamente não apenas a Caixa, mas também todas as entidades públicas sob sua responsabilidade.
Além disso, o Ministro esclareceu que o governo atualmente não está considerando a possibilidade de dividir o Ministério da Justiça para criar um Ministério da Segurança Pública, apesar de especulações nos bastidores sobre essa questão, particularmente devido à possível indicação de Flávio Dino para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Padilha afirmou que essa questão não faz parte da agenda do governo Lula, pelo menos por enquanto.