Um dos suspeitos de furtar o ostensório da Igreja de São Francisco de Paula foi preso pela Polícia Militar, no final da tarde desta segunda-feira, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. O homem foi reconhecido por frequentadores da paróquia que acompanhavam o padre durante uma entrevista para uma emissora de televisão. A peça ainda não foi recuperada.
Segundo testemunhas, todos saíram em disparada, incluindo o padre Álvaro Bonfim, e conseguiram localizar o homem e chamar a polícia. Durante a prisão, o suspeito confessou o crime e disse que o ostensório teria sido roubado por outro criminoso nas proximidades da Central da Brasil.
O pároco acompanhado da polícia faz buscas para tentar localizar o objeto. O crime aconteceu no último sábado, quando dois homens levaram a peça do século XIX, tombada pelo Iphan. O furto foi registrado por câmeras de vigilância.
O Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) informou nesta segunda-feira que Polícia Federal investigará o furto do ostensório da Igreja de São Francisco de Paula, no Centro. O instituto encaminhou para o órgão fotos da peça sacra e sua ficha no Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados para contribuir com os trabalhos da PF.
O Iphan explicou que a peça furtada era parte de uma custódia – objeto onde se coloca a hóstia para a adoração dos fiéis – de liga metálica, com pedras semipreciosas, medindo 140 cm de altura por 44 cm de largura.
A peça é datada do século XIX e fazia parte do acervo da Igreja, tombado pelo Iphan em 1938 e inventariado em 2001. Ao furtar a custódia, os criminosos a quebraram, deixando sua base no adro da Igreja e levando apenas sua parte superior, onde fica o resplendor.
“Assim que informado sobre o ocorrido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro, na manhã do domingo (05/11), o Iphan-RJ tratou de encaminhar fotos e a ficha da peça furtada no Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados, para contribuir com os trabalhos de investigação da Polícia Federal”, informou o órgão, por nota.
O Iphan informou que não costuma valorar financeiramente bens culturais que, a partir do momento em que são tombados, passam a ter uma importância inestimável para o país, como parte do Patrimônio Cultural Brasileiro.
A peça levada pelos ladrões é tombada e registrada no Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) sob o n° RJ/01.0018.1334. Foi levada apenas a parte de cima que tem a imagem de um anjo sobre o qual se sustentam os raios, em cujo centro fica a parte com a hóstia.
O padre Ávaro, da igreja, disse que a peça não era mais utilizada nas celebrações. Mas, por ser muito bonita, ficava exposta numa galeria lateral, de onde foi levada. O templo foi invadido pelos ladrões no momento que estava sendo preparado para uma cerimônia de casamento. As grades que o cercam estavam fechadas, mas a porta principal estava aberta.