Para Sérgio Moro, Lava Jato afeta empresas, mas melhorará contratos públicos

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O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato, disse que o caso sobre corrupção na Petrobras tem trazido um “custo” por afetar empresas de grande porte, mas permitirá a melhora da fiscalização de obras e contratos públicos.

Moro falou na manhã desta sexta-feira (3) no Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), realizado em São Paulo. Em um auditório lotado, respondeu, mostrando bom humor, a perguntas do jornalista Roberto D’Ávila e do público.

Avesso à participação em eventos, o juiz afirmou que resolveu participar do congresso de jornalistas investigativos para mostrar que não é a “besta-fera” que alguns tentar dizer que ele é.

Indagado por D’Ávila se tinha preocupação em razão da Lava Jato atingir grandes empresas, com demissões e risco de falências, admitiu que “o custo de soluções deles [crimes de corrupção] é realmente grande”. Porém, rebateu com uma questão: “mas qual seria o custo da continuidade?”, perguntou.

Ele mesmo respondeu: “contratos públicos cada vez mais custosos e obras públicas que nunca terminam”.

Moro citou o exemplo da construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que está sendo investigada na Lava Jato. O juiz lembrou que a obra deveria estar pronta em 2010, mas ainda não foi concluída.

Ele apontou que a Lava Jato causa impacto porque “uma série de problemas vinham se acumulando há tanto tempo sem uma resposta adequada pelas instituições, e de repente esses problemas começaram a aparecer de um forma clara”.

Moro reclamou que não tem sido tratado com respeito por algumas das defesas do caso, e que muitas vezes foi ofendido publicamente com expressões “chulas” por advogados que atuam na Lava Jato.

O juiz evitou responder a perguntas com cunho pessoal, e disse que com essa postura procura evitar um “culto à celebridade”. Sobre o tema, falou apenas que a Lava Jato causa grande estresse a ele, com repercussão na vida pessoal, mas tem um cotidiano “banal” e parecido com o da maioria da população.

Indagado sobre se tem pretensões políticas após a Lava Jato, disse que após o caso quer apenas tirar longas férias. Não falou para onde pretende ir no período de descanso, mas aproveitou para pedir “uma vaquinha dos jornalistas investigativos” para bancar a viagem.

Fonte: Folha press

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