Kyle Rinker, Amanda Strickland e Kevin Kwok entraram com uma ação no final de fevereiro no condado de Multnomah, no Oregon, em nome dos passageiros do voo 1282, pedindo uma indenização compensatória e por danos de US$ 1 bilhão, o equivalente a R$ 4,9 bilhões.
“Isso tem a ver principalmente com os problemas sistêmicos da Boeing, que estão colocando em risco a vida de todo o público que viaja em aeronaves Boeing”, afirmou o advogado dos passageiros, Jonathan Johnson, ao canal de TV KGW8. “Eles não deveriam confiar na sorte para evitar a morte de um avião cheio de pessoas”.
Johnson disse que embora a fabricante da aeronave tenha reconhecido seu papel na explosão e prometido evitar que tais problemas aconteçam no futuro, o processo levará ambas as empresas a priorizar a segurança.
O processo reforça que, “como resultado direto da falha assustadora e potencialmente fatal do avião Boeing”, os passageiros “sofreram graves lesões mentais, emocionais e psicológicas, incluindo stress pós-traumático, e lesões físicas”, fazendo referência à súbita mudança de pressão dentro da cabine após a explosão, que provocou sangramentos nos ouvidos de alguns passageiros.
O voo transportava 171 passageiros e seis membros da tripulação, e seguia de Portland para Ontario, no estado da Califórnia, nos EUA. Na ocasião, passageiros perderam alguns pertences e tiveram ferimentos leves. Ninguém morreu por conta do incidente. Horas depois ao ocorrido, passageiros receberam por e-mail uma oferta de reembolso e mais US$ 1,5 mil (equivalente a R$ 7,4 mil, na cotação atual) “para ajudar com qualquer inconveniência”, além de serviços de saúde mental e sessões de terapia online.
Vídeos do incidente que viralizaram nas redes sociais mostram o vento forte que passou pelo buraco durante os cerca de 15 minutos que o avião levou para retornar ao aeroporto. Por ele, era possível ver o céu noturno e as luzes da cidade abaixo.
Causa do incidente
Em fevereiro, um relatório preliminar do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB na sigla em inglês) concluiu que quatro parafusos usados como um mecanismo de segurança para manter o painel no lugar não foram instalados no jato Boeing 737 Max 9.
O documento não chega a nenhuma conclusão sobre o que causou a falha de 5 de janeiro, mas é um relato extraordinariamente detalhado da coleta inicial de fatos do conselho de segurança. Ele contém fotos do painel que posteriormente falhou, tiradas no chão de fábrica da Boeing.
O painel havia sido trabalhado durante a montagem final, mas o NTSB ainda está analisando o que foi feito e por quê. O conselho de segurança pode levar um ano ou mais para chegar a suas conclusões formais.