O homem admitiu à polícia ter brigado com ela, mas negou tê-la matado. Aos policiais, ele disse que reagiu a uma extorsão da acompanhante e fugiu do local por ser um homem casado, pai de três filhos e pastor em uma igreja da cidade.
O suposto pastor não teve a identidade divulgada, o que impediu que a reportagem tivesse contato com a defesa dele. O registro policial não indica de qual igreja ele seria pastor, o que também impediu de ouvir a respectiva entidade representativa.
O corpo de Luane, que é baiana e estava em Santos com o marido, foi encontrado em um motel da Avenida Rangel Pestana, na Vila Mathias.
Ela estava com documentos, o que permitiu sua identificação. O corpo passou por perícia no Instituto Médico Legal (IML) para apuração da causa da morte.
O homem foi preso quando voltou ao motel para resgatar seu celular, que ele havia deixado no quarto. No depoimento, ele disse que dirigia seu carro pela avenida Senador Feijó, quando uma mulher se aproximou e ofereceu um programa por R$ 100.
Segundo seu relato, só no motel ele percebeu que se tratava de uma mulher trans e recusou o programa.
Segundo o suspeito, ela se sentiu ofendida pela recusa e, além de exigir o pagamento, queria que ele fizesse um Pix de R$ 100 a título de compensação.
Ele alegou que atendeu à exigência por ser “homem de família” e temer “um escândalo” se sua esposa descobrisse a traição, mas a mulher exigiu mais dinheiro e o ameaçou com uma arma de choque. Ele então teria entrado em luta corporal, caindo sobre ela. Ao perceber que ela teria desmaiado, ele fugiu do local.
O suspeito alegou que, na fuga, levou a arma de choque que tomou da mulher trans e a jogou em um canal da cidade. Testemunhas ouvidas pela polícia confirmaram que o suspeito entrou no motel com Luane e saiu sozinho 30 minutos depois, entregando a chave do quarto à recepcionista.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), policiais militares foram avisados sobre o corpo no motel da Vila Matias.
No local, apuraram que o indiciado teria matado uma mulher de 27 anos. Foi requisitado exame necroscópico para identificar a causa da morte. O caso foi registrado como homicídio na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos. O suspeito passou por audiência de custódia e foi mantido preso.