“Pedimos diálogo e o que recebemos foi cassetete”, reclamam os estudantes
Da Redação
A nova ocupação da Prefeitura Municipal de Petrolina é um ato de revolta dos jovens, principalmente, contra a agressão sofrida pelo movimento ‘O Vale Acordou’ na noite de ontem (29). A estudante Alana Silva Coelho, da comissão de comunicação do movimento, disse que o movimento sempre foi pacífico e que o que se viu foi uma ação que o grupo não imaginava.
“Nós pedimos diálogo e o que recebemos foram cassetetes por parte da Guarda Municipal que sabemos que teve autorização do prefeito. Estávamos aqui por volta de meia noite em uma assembleia, até pra discutir o dia de ontem quando fomos recebidos pelo governador Eduardo Campos, quando fomos surpreendidos pela Guarda com cassetete, spray de pimenta e arma de choque. Até hoje tem gente hospitalizada”.
Alana diz, ainda, que quando os manifestantes agredidos procuraram a delegacia pra registrar queixa, alguns agentes da guarda estavam lá, que os guardas conseguiram fazer o B.O., enquanto que os jovens não. “Eles disseram que foram agredidos pelo movimento. E a gente se questiona. Meu Deus, o que é isso?”. “Estamos aqui, há 15 dias, abertos pra um diálogo e não um monólogo, como o prefeito quer, que isso fique bem claro”, finalizou Alana.
Outra situação grave é denunciada pelos manifestantes, pessoas que têm o nome muito divulgado como integrante do movimento tiveram suas casas arrombadas.
Thiago Carvalho revela que sua residência tem sinais de arrombamento. “Eu não entrei em casa porque quero entrar com a polícia. A preocupação é que alguém tenha entrado e colocado alguma coisa lá, no intuito de prejudicar o movimento”, ele conta que está na casa de um amigo até que a polícia possa ir com ele. “A gente não encontra apoio na polícia”.
A preocupação do jovem é válida, já que o grupo já foi acusado até de queimar um ônibus. Dentro da casa dele pode ter sido colocado material que indiquem essa ação ou outras de vandalismo, como bombas, coquetel molotov, ou algum material que o ligue a algum grupo político para desmerecer o movimento.
“Não temos mais os nossos direitos. É inconstitucional o que o gestor está fazendo. A polícia está inerte a tudo isso. Vivemos uma ditadura em Petrolina”, desabafou Thiago.