De acordo com a pesquisa, feita com base nos registros dos conselhos estaduais de Medicina, a maior concentração de médicos por mil habitantes está registrada no Distrito Federal, com 6,3 médicos, seguido por Rio de Janeiro, com 4,3 profissionais por mil habitantes. No polo oposto, o Maranhão está na última colocação na demografia médica, com 1,3 profissional por grupo de mil habitantes.
Revela o levantamento ser recorde o número de médicos no país, com 575.930 profissionais, uma proporção de 2,81 médicos por mil habitantes, maior do que nos Estados Unidos (2,7), Japão (2,6) e China (2,5). Fatores como a expansão do ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde explicam o crescimento, aponta a pesquisa do CFM.
Mas quantidade não representa necessariamente qualidade, diz o Conselho. “Há criação indiscriminada de escolas médicas no país sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade do preparo dos futuros profissionais da medicina”, afirma o presidente do CFM, José Hiran Galo.
Segundo ele, o aumento do número de médicos deve implicar também em melhores condições de trabalho e de estímulo para que a assistência ocorra da forma adequada. “ A equação do atendimento, em especial na rede pública, não é uma questão apenas matemática, mas de planejamento e boa gestão”, enfatiza
A desigualdade regional na distribuição dos médicos persiste, comprova o levantamento. O Sudeste tem uma proporção de médicos superior à média brasileira, com 3,76 médicos por mil habitantes, a maior densidade do país, e 51% do total de médicos para 41% da população brasileira. Em contraste, o Norte exibe a menor proporção de médicos (1,73), ficando muito abaixo da média nacional de 2,81.
Nas capitais, revela ainda a pesquisa Demografia Médica, a média de médicos por mil habitantes alcança o patamar de 7,03, contra 1,89 no conjunto das cidades do interior.
“Nos extremos dessa distribuição” – diz o levantamento – “Vitória (ES) registra a maior densidade, com 18,68 médicos por mil habitantes. Em contrapartida, no interior do Amazonas, a densidade é dramaticamente menor, de somente 0,20, ilustrando os severos desafios de acesso a cuidados médicos em localidades remotas”.