Pesquisa da CNI confirma dificuldade de recuperação da atividade industrial
As horas trabalhadas na produção aumentaram 0,7% em outubro na comparação com setembro na série livre de influências sazonais. No mesmo período, o faturamento da indústria caiu 1,2% e a massa real de salários recuou 1,3%. As informações são dos Indicadores Industriais que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta segunda-feira, 2 de dezembro. “Esse resultado de contrapontos, combinado com as oscilações entre queda e crescimento nas variações mensais em 2013, mostra a dificuldade que a indústria encontra para se recuperar”, diz a CNI.
Conforme a pesquisa, o nível de utilização da capacidade instalada, na série de dados dessazonalizados, ficou, em média, em 82,1% em outubro, o mesmo de setembro. Na comparação com outubro do ano passado, a utilização da capacidade instalada aumentou em 11 dos 21 setores pesquisados. No mesmo período, o emprego aumentou em 14 setores e a massa real de salários cresceu em 17.
O gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca, observou que desde o início do ano a indústria brasileira vem crescendo gradualmente. “Esse ano está sendo um pouco melhor que 2012. Mas, desde 2010, a indústria está praticamente estagnada”, disse Fonseca.
Segundo ele, a aceleração do ritmo de crescimento depende do aumento da competitividade do setor. Isso requer, entre outros, a recuperação da infraestrutura, a redução da burocracia e dos custos dos financiamentos e a revisão do sistema tributário. “O aumento da competitividade é importante para estimular os investimentos e a produção”, afirmou o economista.
METALURGIA E FARMACÊUTICO – Entre os setores avaliados pela CNI, o de metalurgia está entre os que tiveram melhor ritmo de atividade em outubro. Em relação ao mesmo mês de 2012, as horas trabalhadas no setor aumentaram 1,4% e o faturamento cresceu 1,7%. No entanto, os indicadores de mercado de trabalho apresentaram queda. O emprego caiu 1,1%, a massa real de salários recuou 5,8% e o rendimento médio do trabalhador diminuiu 4,8%.
O setor farmacêutico está entre os que apresentaram desempenho negativo. Com exceção do emprego, que ficou estável, os demais indicadores do setor caíram em relação a outubro de 2012. O faturamento teve queda de 13,3%, as horas trabalhadas na produção diminuíram 3,8% e a utilização da capacidade instalada recuou 3,1 pontos percentuais.