O vereador de São Paulo Manoel del Rio (PT) enviou na sexta-feira (5) um requerimento para retirar sua assinatura do pedido de CPI das ONGs elaborado pelo vereador Rubinho Nunes (União). A investigação pretendia apurar, além das ações de Organizações Não Governamentais, o trabalho realizado pelo padre Júlio Lancellotti com os moradores da Cracolândia.
Em documento enviado ao comando da Câmara Municipal de São Paulo, e publicado no Estadão, o vereador petista afirmou que “acabei assinando de forma equivocada também o apoiamento de encaminhamento da referida CPI”. As informações são do O Antagonista.
“Pese a assinatura no pedido apenas de apoiamento não quer dizer e tampouco garante o voto favorável em plenário, peço por gentileza que seja tornado SEM EFEITO a minha assinatura”, escreveu.
Manoel del Rio escreveu no X, o antigo Twitter, que “é absurda essa CPI de perseguição”. “Todo apoio ao padre Júlio Lancellotti, defensor dos mais pobres e mais necessitados”, acrescentou.
Outro parlamentar que recuou foi o vereador Thammy Miranda (PL), que sofreu críticas nas redes sociais porque, no passado, o padre saiu em sua defesa em um episódio envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A comissão que assinei tem como intuito proteger os moradores do centro que enfrentam desafios relacionados à saúde e segurança pública na região da Cracolândia. Em nenhum momento o nome do padre Júlio Lancellotti foi mencionado”, disse.
Em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília, o autor do pedido de instalação da CPI das ONGs em São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (União), negou que a investigação tenha como foco único a atuação do padre Júlio Lancellotti na região central da capital, em especial na Cracolândia.
Como mostramos, o parlamentar busca um acordo para que a investigação seja iniciada no retorno do recesso legislativo. Duas entidades deverão ser os principais alvos da CPI: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e o coletivo Craco Resiste. Ambas atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos na região central da cidade, assim como o padre Júlio Lancellotti.