Petralhas temem detalhes de corrupção em 10 meganegócios

Plantar na mídia amestrada o escândalo do Cartel Jabuticaba do Metrô de São Paulo, denunciado pela alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), foi um dos maiores tiros dados pela petralhada em sua própria cara de pau. Agora, corre o risco de vazarem na imprensa detalhes dos negócios cheios de problemas que os governos petistas mantêm com a Siemens e empresas ligadas à transnacional.

Já se tornou público que a Siemens participa de, pelo menos, dez dos maiores projetos e obras (fracassadas, com atrasos ou com evidências de superfaturamento), no setor de energia, do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – que a oposição prefere traduzir como programa de aceleração da corrupção. A maioria dos negócios envolve a Petrobrás – e expõe o calcanhar de Aquiles da Presidenta Dilma Rousseff (que presidiu o Conselho de Administração da empresa na gestão do Presidentro Lula da Silva).

A Siemens tem participação direta e indireta nos negócios do PAC – que tem a Dilma como “super-gerentona” desde o governo Lula, do qual ela foi ministra das Minas e Energia, Ministra-chefe da Casa Civil, Mãe do PAC e comandou o Conselho de Administração da Petrobrás. Portanto, Dilma tem o “domínio do fato” sobre todos os 10 megacontratos que envolvem a transnacional alemã e a Chemtech – sua subsidiária na prestação de serviços de engenharia e tecnologia da informação (TI).

Alguns dos negócios já são alvos de auditorias do Tribunal de Contas da União e de investigações preliminares do Ministério Público Federal, por suspeitas de preços além do normal, e por estarem com prazos de execução completamente estourados. Alardeado pela petralhada como o pecado capaz de arrancar os tucanos do Palácio dos Bandeirantes, tudo indica que o buraco do metrô paulista fica mesmo muito abaixo dos outros 10 negócios bilionários da gestão petista com a Siemens e Chemtech.

A Siemens tem participação direta nas Usinas Hidroelétricas de Jirau e Santo Antônio. Também atua diretamente nos Parques Eólicos nordestinos e no Gasoduto Sudeste-Nordeste da Petrobrás. Comanda a joint venture Voith Hidro, na Usina de Belo Monte. Já sua subsidiária Chemtech atua nas obras das Refinarias Premium 1 e 2 (no Maranhão e no Ceará), na polêmica Refinaria Abreu e Lima (parceria enrolada com a Venezuela, em Pernambuco), no também complicadíssimo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (em Itaboraí) e na plataforma P-58 (no Espírito Santo).

Todo o escândalo Siemens veio à tona por estratégia da cúpula petista para detonar a imagem do governador Geraldo Alckmin, tentando associar sua gestão ao cartel formado para ganhar as obras da linha 5 do Metrô de São Paulo. Agora, o grande plano petralha fica parecido com aquele das histórias em quadrinhos, nas quais o Cebolinha e o Cascão sempre se dão mal nas conspirações contra a Mônica.

O tiro da petralhada saiu pela culatra no mundo real da política. Quem tem tudo para sair chamuscada é a Mãe do PAC. Se algo de errado for denunciado, Dilma não terá condições de repetir a velha tática petralha de que “não sabia de nada”. Ela foi a gerentona de todos os negócios em que a Siemens tem participação direta e indireta.

Os estrategistas petralhas miraram onde queriam, mas devem acabar gravemente feridos onde não imaginavam. (Jorge Serrão)

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