PF diz que kit recebido por Bolsonaro como presente de Estado foi colocado em leilão on-line nos EUA
A PF identificou que o número de série do relógio anunciado no site era o mesmo registrado no acervo privado do presidente da República
Agenda do Poder – A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de que um kit de joias recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi colocado à venda em um site de leilões on-line nos Estados Unidos (EUA). O kit de joias incluía peças como um relógio, caneta, anel, abotoaduras e um rosário árabe da marca de luxo Chopard e foi dado ao ex-presidente em uma viagem oficial à Arábia Saudita, em 2021.
A PF identificou que o número de série do relógio anunciado no site era o mesmo registrado no acervo privado do presidente da República. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
As investigações da corporação ainda indicam que as joias foram colocadas à venda em fevereiro de 2023. Mensagens obtidas pela PF ainda mostram que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro contatou lojas em Miami e em Nova Iorque para tentar vender os presentes oficiais.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro teve acesso a e-mails em que o tenente-coronel Mauro Cid negocia outro presente recebido em uma viagem oficial: um relógio Rolex, avaliado em US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil).
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4/8) pelo jornal O Globo e confirmada pelo portal Metrópoles. Em contato com a reportagem, a defesa de Cid afirmou que não tem como responder porque não recebeu esse material analisado pela CPMI.
Segundo documentos obtidos pela CPMI, em 6 de junho de 2022, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro recebeu um e-mail, em inglês, com a seguinte mensagem: “Obrigado pelo interesse em vender seu Rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui”.
“Quanto você espera receber por ele? O mercado de Rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza de que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”. (Com informações do Metrópoles.)