A Polícia Federal vai abrir um novo inquérito para investigar uma possível associação criminosa para atacar a segurança das urnas eletrônica relatado por Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato. E o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira deve ser chamado a depor.
Isso porque Delgatti contou em depoimento à CPI dos Atos Golpistas que teve uma reunião com assessores de campanha de Jair Bolsonaro, na qual foi aconselhado a criar um “código-fonte” falso para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude.
Dentre os participantes do encontro estava o então titular da pasta, o coronel do Exército Eduardo Gomes da Silva e outros servidores. A informação foi confirmada pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, em entrevista ao Estúdio no início de agosto. O hacker afirma ter participado de cinco reuniões com militares da Defesa.
A proposta do código-fonte teria partido do marqueteiro Duda Lima em uma reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e outras pessoas ligadas à parlamentar.
“A segunda ideia era no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna emprestada da OAB, acredito. E que eu colocasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro”, disse Delgatti.
Paulo Sérgio Nogueira ficou no comando da pasta da defesa entre 1º de abril de 2022 até o final do governo Bolsonaro.
Vale destacar que o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse ao blog que pediu à Polícia Federal os nomes de servidores – civis ou militares – que receberam Delgat no Ministério da Defesa durante a gestão de Bolsonaro.