Pimentel, a nova vítima de Raquel  

Opinião

Ao tentar se manter no poder em Araripina, a capital do Araripe, a 682 km do Recife, depois de oito anos como prefeito, na tentativa de dar as regras do jogo eleitoral nas eleições de outubro, Raimundo Pimentel, hoje sem partido, depois de abandonar o União Brasil e se filiar ao PDT, só sentiu o baque, ontem, ao perceber que entrou numa grande fria apostando na governadora Raquel Lyra (PSDB) como fiel depositária dos seus interesses.

Raquel deixou o aliado Pimentel sem lenço e sem documento, como diz a canção de Caetano Veloso. Numa entrevista recente em Araripina, o prefeito disse que as questões relacionadas ao PDT, rachado literalmente ao meio em seu município, não eram da alçada dele. “Isso é um problema da governadora, não é meu”, disse Pimentel. O desabafo se deu quando o vice-prefeito Evilásio Mateus, descartado por Pimentel, abriu uma dissidência no PDT e criou as condições para um bate-chapa na convenção com a então candidata oficial, a ex-secretária de Educação, Ana Paula Ramos.

Naquele momento, Pimentel tinha certeza de que ganharia a convenção porque a governadora havia dito a ele que tinha pleno controle do PDT. Tudo mentira! Tudo história de trancoso. Pimentel só caiu na real ontem, quando tomou conhecimento de que o seu algoz Evilásio Mateus havia dado a volta por cima e conseguido mudar as regras do jogo da convenção do PDT, via a executiva nacional.

Ao acusar o golpe, o prefeito riscou Ana Paulo Ramos do seu caderno e anunciou como candidata do seu grupo a vereadora Camila Modesto, filiada ao Podemos. Em português claro, Pimentel virou, na prática, a mais nova vítima da governadora Raquel Lyra. Achou que por ela ser a chefe do Estado, a superpoderosa, o PDT não escaparia das suas mãos. Deu-se mal e teve que pedir arrego ao ex-deputado Ricardo Teobaldo, presidente estadual licenciado do Podemos, mas que continua com o poder nas mãos, a palavra final com relação ao controle do partido em todos os municípios.

Embora seja um gestor bem aprovado e casado com uma deputada estadual, Pimentel sai deste episódio como um anão, perdendo a batalha para o seu vice, porque confiou numa governadora sem liderança. Existe uma deformação lastimável na consciência política dos líderes em geral: adoram ser enganados.

Pimentel foi mais um!

Por: Magno Martins

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