Uma plataforma desativada da Marinha americana, localizada em pleno oceano Atlântico a 55 km da costa, se tornou em uma concorrida pousada para visitantes em busca de destinos inusitados.
A Frying Pan Tower, erguida em 1964, operava um farol para navios em uma região famosa por seus bancos de areia – e pelo naufrágios ocorridos ali por causa destes.
Duas décadas depois, a invenção do GPS a tornou desnecessária. Acabou desativada em 2003, já danificada após ser atingida por furacões.
Os debates sobre o destino da torre oscilavam entre demoli-la ou transformá-la em um laboratório, até que, em 2009, foi vendida pelo governo para uma operadora de mergulhos.
Mas sua nova dona não pagou o montante acordado e a estação foi à leilão no ano seguinte. O lance vencedor foi do engenheiro de software Richard Neal, que adquiriu a estação por US$ 87 mil.
“A comprei porque me lembrava de uma casa na árvore que eu tinha quando era criança”, diz Neal. “De repente, eu era dono de algo enorme e que precisava de muitos reparos.”
Neal diz que a princípio não tinha ideia do que faria com a estrutura. Pensou em alugá-la para empresas de mergulho ou vendê-la de novo por um valor maior.
Mas, após entrar no local pela primeira vez, decidiu transformá-lo em uma pousada para que outras pessoas pudessem ter a chance de experimentar como é a vida em alto mar – além de, desta forma, conservar a construção e sua história.
“Quando abri a porta, foi como caminhar para dentro da história. Nada havia mudado. Depois de ver como ela foi construída, preservá-la tornou-se importante.”
Distante 55 km da costa do Estado da Carolina do Norte, a pousada Frying Pan Tower tem hoje oito quartos e abriga até 12 pessoas de uma vez.
As instalações são simples, mas oferecem água quente, eletricidade, internet wifi e uma cozinha completa.
Os hóspedes podem descansar nas redes, admirar a paisagem sem um pedaço de terra à vista, a noite estrelada, jogar sinuca, pescar ou mergulhar no mar de águas cristalinas a 30 metros abaixo da plataforma.
A estadia custa US$ 500 por duas noites, o que não inclui o transporte de helicóptero ou barco, as únicas formas de chegar ao local.
“A torre tornou-se uma atração bastante procurada. Por vezes, até tenho mais pessoas interessadas do que gostaria”, diz seu dono.
Neal ainda conta com a ajuda de doadores e voluntários para restaurar a torre.
“Se tivesse dinheiro, nunca faria isso, mas sou um cara comum. Quase tudo aqui foi doado. Provavelmente um terço dos meus hóspedes são voluntários. Tem sido incrível”, afirma ele.
“Estamos com 50% da restauração pronta, mas, por estarmos no meio do oceano, sempre há uma manutenção a ser feita. Temos uma chance de preservar a estação para as futuras gerações.”
Fonte: BBC Brasil