Por Edward Pena
Nos bastidores da votação do projeto de lei que extingue as faixas salariais dos militares até 2026, o que mais se ouviu da categoria foi a cobrança pelo cumprimento da promessa de campanha da governadora Raquel Lyra (PSDB). No coro uníssono da classe, a esperança do fim das subdivisões dentro de uma mesma patente ainda neste ano, uma vez que foi prometida a extinção para 2023.
A vitória do governo na Alepe, com a oposição tendo emendas e substitutivos rejeitados, ao contrário do que declarou o secretário de Defesa Social em entrevista recente, não agradou os militares. O percentual de 3% de aumento também está sendo rechaçado.
Em um desabafo ao Blog, a cabo Aênia Barbosa chamou as declarações do secretário Alessandro Carvalho de “inverdades, mentiras e muita desinformação”.
“Na verdade, a tropa está revoltada. Já estamos na Operação X (de braços cruzados) há muito tempo. Isso reflete diretamente no aumento da violência. Só em abril, foram 364 mortes violentas. A tropa não aceitou esse fim das faixas até o final do mandato de Raquel. Não foi isso que ela nos prometeu, assim como também não aceitamos esse pseudo reajuste de 3%”, disparou.
“Esse aumento que está na matéria, segundo afirma o secretário, não é dinheiro do Governo, mas dinheiro tirado ilegalmente, principalmente dos inativos com a criação dessas faixas. É isso que a sociedade precisa saber”, continuou.
Segundo a militar, o soldado pernambucano tem o pior salário do Brasil. Ela destaca que o soldo prometido pela governadora para 2026, por causa da desfasagem, já era para ter sido implantado há sete anos.
“Viveremos o pior São João que o Estado já teve, com a maior baixa de voluntários para a Jornada Extra (Pjes) neste ano, e se obrigarem através da necessidade do serviço será muito pior. A polícia já virou as costas para esse Governo e somos entre PMs, bombeiros, ativos, veteranos e pensionistas. Cerca de 70 mil famílias. Imagine como será difícil essa reeleição para Raquel”, acrescentou.