PMs receberam “ordens expressas” para dispersar manifestação no Recife

Por Noelia Brito — Fontes da Polícia Militar, ouvidas pelo Blog da Noelia Brito, sob reserva, confirmaram que o efetivo do Batalhão de Choque, destacado para a ação durante o protesto realizado, no sábado, 29, por manifestantes de esquerda contra o governo Bolsonaro, no Recife, já saiu do Quartel com a ordem para dispersar a manifestação.

As fontes revelaram, ainda, que a manifestação deveria ter sido dispersada já na saída, no Derby, mas que a dispersão naquele local foi frustrada porque os manifestantes já estavam no corredor da Av. Conde da Boa Vista. A tropa, então, teria retornado ao ônibus e seguido para as imediações da Av, Guararapes, onde a ação foi efetivada.

Durante a ação, a tropa de Choque era comandada por um tenente e um capitão, que recebiam ordens por celular.

Segundo essas fontes, todos os disparos só acontecem após a ordem do comandante do efetivo. “Salvo em defesa, o comandante é quem dá a ordem de atirar”, ressaltaram as fontes.

As ações da Polícia Militar, no dia 29, resultaram em ferimentos graves em pelo menos duas pessoas que perderam parcialmente a visão. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, pressionado pela opinião pública e por entidades da sociedade civil, anunciou o afastamento de pelo menos 7 policiais militares e a substituição do comandante geral da Polícia Militar, Vanildo Maranhão, pelo coronel José Roberto de Santana

Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o governador Paulo Câmara afirmou que não teria partido do secretário de Defesa Social ou do comando da PM as ordens para a execução da ação, mesmo reconhecendo que todos estavam na sala de monitoramento acompanhando a operação durante o evento. Paulo Câmara não informou até agora de quem, afinal, partiu a ordem.

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