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A vítima registrou Boletim de Ocorrência, passou por exame de corpo de delito e prestou depoimento. (Foto: Marlon Diego/ArquivoDP) |
A Polícia Civil de Pernambuco investiga a denúncia de um caso de estupro em uma academia de jiu-jitsu no bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife.
A vítima registrou Boletim de Ocorrência, passou por exame de corpo de delito e prestou depoimento.
As identidades das pessoas envolvidas foram preservadas em função da proteção das vítimas.
Como aconteceu
A aluna alega ter sido dopada pelo professor dentro da academia de arte marcial. Segundo os relatos da garota, apenas ela, o professor e outros dois alunos estavam no local. Após ingerir um alimento oferecido pelo suspeito, ela teria se sentido mal e sonolenta.
De acordo com o depoimento da jovem, ela não se lembra de nada do que aconteceu e de como chegou em casa, tendo sido atestado pela família dela que não estava em seus plenos sentidos ao voltar para casa.
A vítima chegou a participar normalmente das atividades no dia do ocorrido, mas percebeu, no dia seguinte, que ela não estava na foto após o treino, como um costume de divulgação da academia.
Após a situação a garota afirma não lembrar de nada, nem de como chegou em casa. Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima nítidamente instável e confusa, sem conseguir andar normalmente.
Testemunhas afirmam que após os treinos, todos foram embora, e a adolescente teria ficado sozinha com o treinador.
No mesmo dia, o professor enviou mensagens para a jovem perguntando se ela estava bem e deitada.
Ao saber das denúncias realizadas junto a polícia, o treinador teria negado as alegações.
Mais vítimas
Outra vítima falou com exclusividade ao Diario, e relatou suas experiências com o professor de jiu-jitsu e dono da academia.
Ela afirmou também ter sido dopada pelo treinador enquanto estava sozinha com ele na academia. A jovem chegou a prestar depoimento após ser intimada no caso que primeiro foi levado à polícia.
“Eu fiquei para terminar um treino, a maioria dos meninos já tinha ido [embora]. Eu tava com a pressão um pouco baixa, e ele me ofereceu comida, quando eu comi, me senti ainda pior. E ele falou para eu ir no banheiro ‘me molhar’. Eu me lembro dele entrando no banheiro atrás de mim.”, informou a vítima, que preferiu não se identificar.
“Sempre foi muito amigo demais, mandando mensagem, conversando. no início, achei que era questão de professor e aluna, que ele via que eu queria me dedicar a carreira de atleta, e por isso ele queria se manter próximo. Eu me senti coagida, não tive pulso firme para me afastar.”, completou.
A jovem ainda explicou a tentativa do professor de desqualificar as vítimas para desvalorizar os testemunhos das jovens, inventando mentiras sobre elas.
O que diz a polícia
Procurada pela equipe de reportagem do Diario, a Polícia Civil de Pernambuco informou que está investigando outras “ocorrências ilícitos penais, que vitimou uma adolescente de 16 anos” e que “um inquérito foi instaurado para apurar todos os fatos, as investigações estão em andamento”.