A morte de Luiz Fellipe Darulis, de 12 anos, pelo padrasto Cirilo Abel Barreto será investigada pela Polícia Civil por crime de homofobia. O menino morreu após sessão de castigo físico e agressões com pedaços de madeira, em Monte Mor (SP).
A criança chegou sem vida ao hospital na noite de sábado, 27. Segundo o delegado Fernando Bueno, o suspeito disse à polícia que agrediu a criança na perna duas vezes. Já de acordo com a Secretaria de Segurança do município, ele teria confirmado que “deu um corretivo na criança”. O suspeito, de 46 anos, foi preso em flagrante. A prisão foi convertida em preventiva após audiência de custódia.
“Vamos chamar outras testemunhas ligadas ao vínculo familiar deles, da família da criança, para saber como seria essa relação criança e padrasto, e tudo que está em torno disso. Tudo vai ser investigado, inclusive essa possibilidade de envolver homofobia”, diz o delegado.
“As informações foram fornecidas pelo próprio padrasto, que afirmou que a criança foi obrigada, como corretivo de uma atitude de desrespeito, a realizar agachamentos e, por agir com ‘graça e zombando’ do que estava acontecendo, foi agredido com uma ripa de madeira, com batida na perna, o que se repetiu mais de uma vez”, disse a Secretaria de Segurança de Monte Mor.
Luiz Fellipe foi enterrado nesta segunda, no Cemitério Municipal, e o sepultamento foi acompanhado por familiares e amigos. Um professor do adolescente disse que o menino tinha o hábito de brincar com bonecas.
“É muito triste você perder um adolescente dessa forma, que nunca falou alto, nunca teve nenhuma palavra de baixo calão. Era um aluno respeitoso, gostava de brincar. Era um garoto que, na idade dele, brincava com as bonecas e era uma das coisas que ele gostava de fazer. […] Ele era apaixonado pela vida, ele gostava de viver do jeito dele, na individualidade dele, era o Luiz”, afirma Antônio Gonçalves à EPTV, afiliada da TV Globo
Ainda de acordo com o professor, Luiz Fellipe já havia manifestado preocupação com as punições aplicadas pelo padrasto. “Ele tinha seu melhor amigo e, às vezes, a gente como professor escutava a frase que o padrasto não gostava dele, que ele sofria puxadas de orelha, que se alguma coisa acontecesse na escola e chegasse ao ouvido do padrasto ele ia sofrer algumas broncas”, diz.