Policiais Federais param em Juazeiro

 

Da Redação

Desde a última quinta-feira (5), os policiais federais de Juazeiro entraram em estado de greve. A categoria segue o estado nacional de greve e a orientação do Sindicato dos Policiais Federais do Estado da Bahia -Sindipol. De acordo com o representante do Sindicato dos Policiais Federais em Juazeiro, Alexandre Lins, partes das atividades estão suspensas. “Somente os serviços oferecidos à população, como emissão de passaporte e certidão de antecedentes criminais, estão mantidos. As ações operacionais e a parte das investigações estão paralisadas. Estamos mantendo os 30% de greve no atendimento direto ao público para a população não ficar totalmente prejudicada”, informou.

Segundo ele, a paralisação é uma reivindicação pela reestruturação da carreira, além de chamar a atenção para as condições de trabalho da categoria. “Estamos há cerca de 6 anos tentando negociar com o Governo federal a questão da nossa reestruturação e até agora o governo não sinalizou nada, além disso, queremos mostrar o sucateamento da PF e chamar atenção do governo que vem sendo pouco atencioso com a área de segurança pública”, ressaltou Lins.

“As investigações estão paradas por falta de verbas, o governo precisa entender que a PF precisa voltar a atuar como era antes, queremos dar continuidade aos nossos trabalhos, mas o governo não está deixando. Outro ponto é o reconhecimento da nossa carreira por lei, o governo não quer que a gente trabalhe efetivamente como nível superior e o nosso objetivo é ficar no mesmo patamar das carreiras de nível superior do executivo federal, não queremos nada mais. Tudo isso depende do governo”, criticou.

Devido à falta de atenção por parte do governo, Alexandre afirmou que por ano cerca de 250 Policias Federais deixam a instituição em buscas de melhores condições de trabalhos em outros locais, seja em uma iniciativa pública ou privada. “Isso é decorrência da frustração de quando você entra na PF e não tem estrutura como tinha antigamente, justamente por isso que os policiais deixam os seus cargos e buscam melhorias em outros locais, não estou contando nem com os aposentados e nem com os que morrem, apenas policias que deixam porque não querem trabalhar mais. O esvaziamento é grande”.

Alexandre destacou ainda que a polícia vem enfrentando um grande problema com a saúde dos agentes, onde 30% já pediram afastamento por problemas mentais de saúde. “Isso se dar até pelos assédios morais feitos por delegados do país inteiro, pela falta de estrutura e pela desmotivação funcional. Temos um salário corroído e com o passar do tempo isso causa desmotivação nos agentes, onde a maioria acaba passando por quadros clínicos graves de depressão e doenças mentais”.

Na ocasião, o agente informou que a Delegacia Regional da Polícia Federal em Juazeiro, teve uma queda no seu quadro efetivo. “Diminuiu em torno de 70% nos últimos 6 anos. Inclusive não vêm outras pessoas para substituir as pessoas que saem daqui. Especificamente aqui em Juazeiro o governo não está querendo que a polícia trabalhe por conta do quadro que está bem reduzido. Estamos atendendo na medida do possível, muitas das vezes falta verba para viajar”, lamentou.

Por outro lado, o agente Federal Alexandre confirmou a participação da PF durante o desfile cívico que será realizado amanhã (7). “Iremos para a rua fazer panfletagem, não iremos participar de movimentos de ruas, a exemplo das passeatas. Vamos mostrar a nossa indignação que o governo PT está fazendo com a PF”.

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