Policial que foi carcereiro de Lula diz que ele tinha convicção de que voltaria ao poder

“Era bastante desafiador acreditar que ele poderia alcançar o que alcançou”, conta o agente Jorge Chastalo Filho

Jorge Chastalo e Lula
Jorge Chastalo e Lula (Foto: Felipe Gonçalves/247)
Durante os 580 dias em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve preso em Curitiba, o agente da Polícia Federal Jorge Chastalo Filho, responsável pelas celas dos presos da Operação Lava Jato, acompanhou de perto a vida do petista atrás das grades. Chastalo compartilhou detalhes sobre a rotina de Lula, suas perdas pessoais e o papel fundamental que a atual primeira-dama, Janja, desempenhou em seu período de prisão.Em uma entrevista ao portal Metrópoles, Chastalo revelou que o casal, Lula e Janja, mantinha uma constante troca de cartas enquanto o presidente estava na prisão. Ele descreveu como Janja, mesmo fora da cadeia, cuidava atentamente de Lula, autorizada a visitá-lo apenas meses após sua chegada à prisão. Janja enviava sopas quase diariamente por meio de advogados, e seu apoio emocional era evidente.

“Janja ia nos dias de visita dos familiares depois de ser autorizada. Mesmo com visitas mais curtas, acredito que ela foi fundamental. Mesmo estando fora da prisão, ela cuidava muito dele enquanto estava preso. Todos os dias à tarde, um advogado o visitava e levava uma garrafa térmica com uma sopa preparada por Janja. Eles trocavam cartas o tempo todo. Lula ficou muito feliz com a primeira visita dela, depois de 3 a 4 meses de prisão. Ele até mencionou que planejava casar com ela no futuro.”

Ao ser questionado sobre as opiniões de Lula em relação a Jair Bolsonaro, que foi derrotado nas eleições de 2022, Chastalo compartilhou que o presidente considerava Bolsonaro “despreparado” para liderar o país. Durante seu período de prisão, Lula manifestou sua satisfação com seus dois primeiros mandatos, mas reconheceu que poderia ter feito mais se tivesse ousado enfrentar forças contrárias às suas ideias.

Lula também expressou sua intenção de sair da prisão e retornar ao Palácio do Planalto. “Ele mencionou isso mais de uma vez. Eu pensava que tudo era possível, até mesmo nada, dada a difícil situação em que ele se encontrava. Era uma situação terrível. Era bastante desafiador acreditar que ele poderia alcançar o que alcançou”, concluiu Chastalo.

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