As rotas utilizadas por facções criminosas para facilitar a chegada de armas e drogas na Bahia estão na mira das ações de inteligência realizadas pelas polícias Federal e Civil. A informação foi revelada, ontem, pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpoc), Eustácio Lopes.
Para ele, a iniciativa do secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, em buscar alternativas para que as polícias Civil e Federal atuem juntas nas questões de elucidações do crime organizado, fortalece as ações de investigações e a identificação dos envolvidos em ocorrências criminais de alta complexidade.
“Quando ele [Werner] toma essa iniciativa, ele, com a expertise que tem, está mostrando que nem sempre o enfrentamento é a melhor alternativa. Sabemos que a PF atua em todo o Brasil, então, essa parceria com a PC viabiliza as diligências em descobrir, inclusive, quais são as rotas usadas pelas facções para trazer armas e drogas como cocaína. Essas armas não são daqui [da Bahia]. Elas chegam aqui”, explicou Eustácio.
Desvendar de maneira mais ampla o quanto esses grupos criminosos faturam com o tráfico de drogas e venda de armas, também está na lista das investigações. “Estamos atentos também ao fluxo de dinheiro dessas facções. Juntos com a Polícia Federal estamos nos tornando uma polícia judiciária mais forte, que está focada em investigar e elucidar os crimes”.
Apreensões
Entre os meses de janeiro e agosto deste ano, 44 fuzis e outras quatro mil armas de fogo foram apreendidas na Bahia, conforme divulgado pela SSP. Enquanto ao longo de 2022, a pasta computou 22 fuzis localizados.
Além disso, em abril deste ano, uma ação da PF e Rondesp Atlântico resultou na apreensão de uma tonelada de cocaína, avaliada em R$ 30 milhões.
Na época, a ocorrência teve início no bairro da Pituba, quando dois homens, um baiano e outro natural de Santa Catarina, transportavam tabletes da droga, em dois veículos.