“Eu podia ter batido nele, podia machucá-lo, mas alguma coisa dentro de mim disse: ‘você quer saber? Ele só precisa de amor’”. Essa foi a explicação do técnico de futebol americano Aaron Courtney para um gesto que comoveu o mundo. Durante uma manifestação supremacista na Universidade da Flórida, em Gainesville, Estados Unidos, Courtney – que é negro – abraçou um jovem que vestia uma camisa com suásticas e o questionou: “Por que você me odeia?”

A pessoa abraçada por Courtney era Randy Furniss, que instantes antes havia levado um soco no rosto de outro manifestante contrário à demonstração supremacista. Em entrevista ao New York Daily News, o técnico de futebol americano explicou o por quê da pergunta. “Eu tive a oportunidade de conversar com alguém que me odeia e eu queria saber o motivo. Durante a nossa conversa, eu perguntei: “Por que você me odeia? O que eu tenho? É a cor da minha pele? Minha história? Meus dreads?”.

De acordo com Courtney, Randy não respondeu nenhum dos questionamentos mas, ainda assim, ele insistiu. “Tentei de novo e, na terceira vez, ele envolveu os braços em mim e eu ouvi Deus sussurrar no meu ouvido: ‘você mudou a vida dele’”, disse Courtney.

O técnico não desistiu e perguntou mais uma vez e o neonazista respondeu: “Eu não sei”. Passada a confusão e o abraço, Randy foi protegido e retirado da manifestação por Julius Long, que também é negro.

“Vi que ele estava sendo socado e cuspido pelas pessoas. Além dos gritos e xingamentos raciais, eu vi o racismo ao contrário”, contou Long, em entrevista ao jornal local “Gainesville Sun”.