Porque o PDT de Pernambuco não cresce

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José Queiroz

Por: *Severino Melo

O PDT teve um bom período de crescimento em Pernambuco no início da década 2000. E chegou a lançar candidato a governado do Estado em 2002, que foi Ilo Jorge de Souza Pereira. Na época, nós fazíamos parte do diretório estadual, éramos 101 membros.
O dono do partido em Pernambuco, chamado José Queiroz, na época deputado estadual, sempre lutou para que o partido estivesse ao seu serviço e assim foi se perpetuando na política, sob as bênçãos de Leonel Brizola.

Naquela época, o partido cresceu e logo em seguida sofreu uma derrocada e continuou “nanico”, como todos veem. Foi mais fácil José Queiroz e Leonel Brizola perderem 67 dos 101 diretorianos estaduais do que destituir José Queiroz da presidência estadual do partido. Ou seja, o diretório foi extinto e uma comissão provisória sob a presidência do eterno dirigente foi montada.

Os 67 ex-diretorianos saíram em massa para o PCdoB, inclusive o candidato a governador de Pernambuco pelo PDT, Ilo Jorge. Na época, removido funcionalmente para Caruaru, aderi ao PCdoB caruaruense e em 2004 fizemos a chapa José Queiroz/João Lyra Neto perder aquele pleito para Tony Gel (então no PFL) por 774 votos.

Foram os exatos 774 votos conseguidos pelo PCdoB, que lançou pela primeira vez na história de Caruaru um candidato comunista ao governo local. (ironia da política).

Queiroz deu outra prova que não queria que o PDT crescesse quando negou legenda a Paulo Rubem Santiago para que este se candidatasse a prefeito do Recife em 2012, pois havia um interesse seu, direto, pelo apoio do Governo do Estado à sua reeleição para prefeito de Caruaru.

Recentemente, a direção nacional do PDT retirou José Queiroz da presidência estadual. Mas, como numa “capitania hereditária”, o partido passou de pai para filho. Enfim, para ser fiel à história, gostaria apenas de relembrar que se o partido nunca lançou candidato a prefeito do Recife, pelo menos já lançou uma única vez um candidato a governador.

Continuo sendo voluntário na política, pois mandato não é emprego e política não é profissão. E as quatro mazelas da política brasileira continuando sendo o analfabetismo político, os partidos políticos com dono, os políticos profissionais e a malfadada reeleição.

*Severino Melo é voluntário na política.

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