Pré-candidatos do PMDB querem a presidência do Senado em caso de derrota nas urnas
Andréia Sadi e Bruno Boghossian
Pré-candidatos a governos estaduais em 2014, Eduardo Braga (PMDB-AM) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) costuram um acordo com Renan Calheiros (PMDB-AL) para que um deles seja indicado para presidir o Senado a partir do ano seguinte em caso de derrota nas disputas locais. Segundo peemedebistas, a estratégia será fechada com outros parlamentares da sigla, como Valdir Raupp (RO), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP), mas o trio quer ampliar o entendimento para toda a bancada.
Barragem A articulação antecipada é uma tentativa de manter a presidência do Senado com o PMDB. “Assim, não há chance de o PT assumir o comando da Casa”, ironiza um parlamentar.
Sucessão Renan foi eleito presidente do Senado em fevereiro de 2013, com 56 votos contra 18 de Pedro Taques (PDT-MT). Ele substituiu Sarney, também do PMDB.
Virada Eduardo Campos (PSB) pretende anunciar até a próxima segunda-feira a reforma de seu secretariado. Ontem, o governador almoçou com Sérgio Guerra (PSDB) e definiu que os tucanos, que faziam oposição a sua administração, passarão a integrar o governo.
Presença A adesão é um sinal da aproximação das duas siglas no Estado. Aliados de Campos lembram que o tucano Pedro Eurico, secretário da Criança e da Juventude, foi nomeado na cota pessoal do governador, e não como indicação do PSDB.
Freud explica O ataque de Eduardo Paes (PMDB) na entrevista de ontem à Folha irritou Cesar Maia (DEM), que o lançou na política: “Ele sofre do complexo de Electra”. Na psicanálise, esta é a versão feminina de Édipo: a filha que nutre desejo pelo pai.
Filho ingrato O prefeito disse que Maia se “acovardou e foi para casa chorar” ao perder a disputa pelo governo do Rio em 1998. Naquele ano, Paes se tornou deputado, com apoio do antecessor. “Ele se refere com deboche a uma eleição que venceu puxado por mim”, diz Maia.
Debate 1 Luís Roberto Barroso diz que, se ainda fosse advogado, gostaria de patrocinar, em causa pro bono, a discussão sobre a reforma do sistema penitenciário. “O Estado tem dever de dar condições mínimas a qualquer pessoa”, afirma à coluna.
Debate 2 Para o ministro do Supremo Tribunal Federal, presidiários são “minorias” não representadas no Parlamento ou em qualquer debate público relevante. “As minorias invisíveis precisam do Judiciário. Não para dar moleza nem vida boa: para dar dignidade. O indivíduo foi condenado a ser preso, não a ser violentado.”
Olho… Além da forte chuva na região Sudeste, Dilma Rousseff determinou à Casa Civil que mantenha o monitoramento dos municípios do semiárido, no Nordeste, que enfrentam a seca.
…no lance Dados da Agência Nacional de Águas mostram que 124 cidades ainda enfrentam situação crítica -ou seja, têm mananciais com baixa disponibilidade de água ou enfrentam racionamento. Na primeira quinzena de dezembro, 190 municípios enfrentavam dificuldades.
Extra Segundo integrantes do Planalto, para garantir o atendimento à população das cidades em situação crítica, o governo editou crédito orçamentário de R$ 700 milhões. Os recursos pagarão abastecimento com caminhões-pipas, a Bolsa Estiagem e o seguro da Garantia Safra para os pequenos produtores, até abril de 2014.
Veja bem Criticado por aliados de Antonio Anastasia (PSDB), o Ministério do Planejamento afirma que o governo mineiro não pediu recursos para obras de prevenção a enchentes na bacia do rio Doce, atingida pela chuva. A pasta diz que liberou R$ 15 milhões para estudos hidrológicos e R$ 92 milhões para contenção de encostas.
TIROTEIO
“Quando Eduardo Campos diz inverdades para obter dividendos eleitorais, penso que os gregos perdoavam tudo, menos ingratidão.”
DA MINISTRA GLEISI HOFFMANN (CASA CIVIL), sobre as críticas feitas por Eduardo Campos (PSB) à resposta do governo federal a desastres naturais.
CONTRAPONTO
Fim de semana prolongado
Durante sessão da Assembleia Legislativa paulista para comemorar os 50 anos do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, em novembro, Paulinho da Força (SDD-SP) criticou a demora da Câmara em analisar o projeto que reduz a jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas.
–Esse projeto está parado há 18 anos. Não anda nem meio metro por dia –reclamou em seu discurso.
Brincando, o parlamentar sugeriu uma alternativa:
–Já que as pessoas não gostam de trabalhar no início da semana, estou pensando em apresentar um projeto para que a gente não trabalhe às segundas-feiras de manhã, que dá exatamente quatro horas –disse, rindo.
Fonte: FOlha