Prefeito de Casa Nova é tachado de sem palavra
Da Redação
Em abril deste ano, a grande imprensa nacional denunciou casos escabrosos na área de educação no município de Casa Nova, sertão baiano, a exemplo de estudantes que precisam de barcos para chegar até o local onde pegam o ônibus para a escola, já que a prefeitura não oferece transporte fluvial; professores que dão aula na mesma sala para turmas diferente, sendo que os alunos estão sendo dispensado mais cedo porque as escolas estão sem água.
Na reportagem foi destacado, também, que no povoado de Entroncamento, professores dando aula na calçada de uma casa cedida por um morador, sendo que depois da denuncia, o prédio foi tomado pelo pelos proprietários. Agora, as mais de 50 crianças da educação infantil até a quarta série do ensino fundamental, assistem aula embaixo de um pé de Algaroba, que fica no quintal da casa do professor Cosme de Oliveira. “Na parte da tarde os alunos estudam dentro de casa, mas quando o calor aumenta somos obrigados a ir para debaixo de um pé de pau”, argumentou. Os descasos e a irresponsabilidades foram mais além. Em outra escola, na sede do município foi constatado salas de aula sem portas e sem janelas.
Outra problema grave, é o nepotismo escancarado, a secretária de educação, Alda Xavier é parente do prefeito Orlando Xavier. Na época a reportagem procurou o representante do Ministério Público local e não encontrou, sendo que por telefone manteve contato com Daniela Baqueiro Vargas que trabalhava como promotora substituta. Ela foi informado da situação, solicitou cópia da reportagem e se comprometeu em abrir processo administrativo para investigar as denuncias. Depois que o fato foi a público, um porteiro e uma professora foram punidos através de transferências para lugares com mais de 100 quilômetros de distância.
Na tarde de ontem, a diretora regional da APLB-Sindicato, Maria do Carmo da Rocha Braga surpreendeu a sociedade sertaneja do São Francisco quando afirmou no programa de Valtermário Pimentel, Rádio Cidade, que de todas essas denuncias, apenas uma providencia foi tomada: “As denuncias não serviram para nada. Duas escolas apenas fizeram uma meia reforma. Está faltando água tratada nas escolas impossibilitando de se fazer merenda, os ônibus escolares cedidos pelo Governo Federal estão servindo para turismo, sendo que aos domingos vão para as dunas do Velho Chico, lotados de pessoas estranhas, sendo que um desses veículos chegou a atolar durante viagem”, denunciou.
A sindicalista acusa o gestor de ser uma pessoa que não tem palavra por não honrar com os compromissos para com a categoria dos professores. “O prefeito e a secretaria de educação não cumpriram com o acordo feito durante a ultima greve que durou 44 dias. Do que foi acordado, ele só pagou o piso salarial, restando o retroativo. Com relação ao plano de cargos e carreira, não houve discussão, apresentamos um plano e não foi acatado, enquanto isso, em municípios a exemplos de Sento Sé e Pilão Arcado – que pertencem a nossa base sindical – os gestores acataram”. Durante esse impasse, a categoria chegou a fazer duas paralisações e uma manifestação pública. “Acreditamos que o acordo não será cumprido porque o plano de cargos e carreira existe ainda duas pendências e tem que passar pela câmara. Outra questão pendente é com relação ao reajuste do piso salarial que está programado para o mês de janeiro do próximo ano, caso não seja resolvido, não iremos iniciar o ano letivo”, alerta.
Ele concluiu denunciando mais outro descaso, afirmando que a reposições das aulas para os alunos, causado pela greve, nos dias de sábados e feriados não foram realizadas porque a secretaria de educação não enviou para escolas os calendários. “Durante a negociação, acertamos cumprir esse compromisso, a Secretaria deveria ter enviado os calendários no dia 17 de agosto com prazo de conclusão no dia 30 de novembro, sendo que os mesmo nunca chegaram às mãos dos professores”.
Agora com a palavra o Ministério Público, vereadores e a administração municipal.